Busca avançada                              |                                                        |                            linguagem PT EN                      |     cadastre-se  

Itaú

HOME >> ACERVO ON-LINE >> COLUNAS >> COLUNISTAS >> Marlene Marchiori
COLUNAS


Marlene Marchiori


Concluiu o pós-doutorado em Comunicação Organizacional na Brian Lamb School of Communication, da Purdue University, nos Estados Unidos. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), com estudos desenvolvidos no Theory, Culture and Society Centre da Notthingham Trent University, no Reino Unido. Graduada em Administração e em Comunicação Social – Relações Públicas, Marlene é pesquisadora líder do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos grupos de estudos Cultura e Comunicação Organizacional (Gefacescom) e Comunicação Organizacional e Relações Públicas: perspectivas teóricas e práticas no campo estratégico (Gecorp). Professora sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Autora do livro Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização, e organizadora das obras Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas; Redes sociais, comunicação, organizações; Comunicação, discurso, organizações; e da Coleção Faces da cultura e da comunicação organizacional.

Comunicação de risco, um olhar estratégico

              Publicado em 18/06/2015

Sempre falamos sobre Comunicação, que é nossa alma! Quanto mais conhecemos, mais queremos conhecer. Afinal, comunicação é vida nas organizações, é transcender realidades. Estamos hoje olhando para uma comunicação como processo, e não mais meramente informacional. Comunicação de Risco (CR), significa ampliar a consciência, antever crises, tomando decisões nos diálogos que são construídos e reconstruídos com diferentes stakeholders. CR é comportamento estratégico, esses que cotidianamente buscamos aprender para nos distinguirmos enquanto profissionais que fazem diferença nas organizações. Vale destacar que não estamos falando de crises ou gestão de crises e sim em comportamentos para antever crises, o que significa movimentos organizacionais que construam realidades mais dinâmicas e equilibradas, em razão da percepção e da consciência dos stakeholders sobre possíveis riscos nas relações com as organizações.

 Comunicação de Risco (CR) é uma abordagem nova, assim como a Comunicação Constituindo Organização (CCO). Elas são próximas porque atuam justamente na construção dos fatos e não na comunicação dos fatos ocorridos em uma organização, como tenho defendido.

Falemos mais detalhadamente sobre CR: um “processo interativo de troca de informações e opiniões entre os indivíduos, grupos e instituições sobre um risco ou risco potencial para saúde humana ou para o ambiente” (National Research Council, 1989). Assim, quando incorporada nas ações de uma organização a CR orienta o comportamento e os relacionamentos com stakeholders de forma diferenciada, pois promove a reflexão, a compreensão e o conhecimento sobre os possíveis riscos que podem afetá-los.

CR é processo, é proximidade, é relacionamento, é desenvolvimento de consciência, é conversação, é construção, é prevenção, é tomada de decisão coletiva. CR habilita e capacita as organizações para antever realidades. Assim a CR transcende a transmissão de informações técnicas sobre os riscos e os perigos, e centra no diálogo para a tomada de decisões que possam antever a emergência de crises. A CR leva em consideração aspectos relacionados ao contexto histórico, social e cultural dos indivíduos, e tem como mote a perspectiva da interação entre os sujeitos.

A CR colabora para que todos os envolvidos se preparem e se conscientizem sobre os possíveis acontecimentos agindo no sentido de mudar o futuro. O diálogo, a troca de experiências contribui para evitar que os riscos se materializem e se transformem em crises. Esse relacionar-se, garante a organização que os sujeitos sejam agentes no processo de construção das novas realidades em função das decisões que são tomadas coletivamente. Essa é uma das essências da comunicação como processo, construir realidades.

Assim, trabalhar as percepções dos riscos, para que os sujeitos em diálogos construam consciência sobre os riscos é condição de existência das organizações do amanhã. A Comunicação de Risco é assim um processo sustentável pois ao se relacionar com stakeholders tornando-os conscientes da situação de risco, oportuniza escolha de caminhos, e possibilita que os sujeitos construam seu futuro com ações no presente, preservando valores para as próximas gerações. Organizações que tem a CR como prática, vivenciam relacionamentos autênticos com seusstakeholders e certamente modificam o futuro.

 

 

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Improving Risk Communication. National Academy Press. Washington, D.C., 1989.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1507

O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996

Sobre a Aberje   |   Cursos   |   Eventos   |   Comitês   |   Prêmio   |   Associe-se    |   Diretoria   |    Fale conosco

Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090