Geração Banda Larga
Eu me peguei pensando em caracterização das gerações. Você já pensou nisso alguma vez? Você sabe corretamente a que geração pertence?
A caracterização das gerações é importante e recebe atenção de diversos profissionais entre os quais: Profissionais de RH, que precisam harmonizar o convívio das gerações diferentes dentro das organizações; Profissionais de marketing, publicidade e vendas, que precisam desenvolver, despertar o desejo e vender produtos com apelos diferentes para cada geração de consumidores; Profissionais de inteligência de mercado, que precisam pesquisar e interpretar os anseios de cada geração; Profissionais da comunicação, que precisam informar para dentro e para fora das organizações através de formatos e meios corretos para cada geração integrante dos grupos de stakeholders.
Os exemplos acima representam apenas uma parcela dos profissionais que se envolvem direta ou indiretamente com os resultados da caracterização das gerações e os motivos citados representam apenas frações das atividades que desenvolvem porque o escopo de trabalho dos profissionais aumenta com a evolução dos negócios, mas a importância dessa divisão para os comunicadores é fácil de ser compreendida, uma vez que cada geração apresenta características que a distinguem e que alteram as percepções e as formas como são impactadas pela comunicação.
Entre os fatores de diferenciação das gerações encontramos suas preferências culturais, o espírito do tempo em que estão imersas, os valores predominantes na sociedade, a linguagem verbal, gestual, simbólica, sonora e visual que utilizam para se expressar e se comunicar, a música, a forma como os relacionamentos acontecem e são aceitos, as dimensões e percepções acerca da família, religião, trabalho e autoridade, pela forma como a educação e o aprendizado acontecem, pelos tipos de tecnologia que convivem e pela forma que interagem com essas tecnologias.
Apesar de existirem diferenças entre alguns autores na definição de quando começa e quando termina cada geração, existe um padrão na caracterização: os Baby-Boomers são os nascidos após a 2a guerra mundial ou a partir de 1946; a geração X é a dos que nasceram a partir de 1965; a geração Y a dos que nasceram a partir de 1978 e os Nativos Digitais, a geração Z, é a dos nascidos a partir de 1993.
Existem diversos estudos sobre as características predominantes de cada geração e muita informação sobre a relação das gerações com o mercado de trabalho e, dessa forma ficamos sabendo que a partir de 2011 os Baby-Boomers estarão se aposentando e dando lugar à geração X. No entanto, sabemos também que atualmente mais de 20% dos cargos de gerência pertencem à geração Y e que esse número tende a subir (Fonte: Grupo DMRH).
Eu não vou me estender na análise de cada geração ou na forma como cada uma delas é vista no mercado de trabalho. Para mim a caracterização é importante para você se encontrar e ter um sentimento de pertencimento a um grupo de referência, mas no que diz respeito ao trabalho, a forma de lidar com problemas cada vez mais complexos, a maneira de aderir a novas perspectivas, ao modo multitarefa de se portar ou ao uso e fusão da tecnologia no cotidiano, eu acredito que exista uma geração sem distinção do ano em que nasceu e que denomino de geração banda larga.
A geração banda larga é formada por pessoas de todas as idades que dispõem e usam intensamente suas conexões à internet para acessar milhões de páginas na web, informar-se continuamente, gerar conteúdo, participar de maneira ativa de suas redes sociais e realizar contatos através de skypes, msns, facetimes e celulares 3G com conexão 24 horas à grande rede. São pessoas que entendem de rede, da configuração dos dispositivos que utilizam, de programação em diversos níveis e dos recursos mais comuns de cada novo lançamento de software entre outras habilidades. São pessoas que entendem os principais jargões tecnológicos para o nível de usuário.
Essa é, na minha opinião, a geração que está fazendo a diferença nas organizações e no dia-a-dia. E são pessoas acima de 8 anos, que independente da geração caracterizada que faça parte, estão contribuindo e estimulando as revoluções digitais e o desenvolvimento contínuo das tecnologias da informação e comunicação.
O garoto de 10 anos que produz aplicativos para iPhones, a vovó que realiza ligações pela rede através do Skype para poder ver a netinha pela webcam, o adolescente que dispara dezenas de sms todos os dias, o presidente plugado no Blackberry, o profissional que programa em Excel, a estudante que atualiza seu blog, a pré-adolescente que consulta a Wikipédia e usa msn para perguntar sobre o trabalho da escola... São pessoas como essas que formam a geração que tem familiaridade com diversas tecnologias e que compartilham o prazer e o hábito de estarem online a maior parte do tempo e podem ser designadas, apesar das diferentes idades, integrantes da grande geração que eu denomino de banda larga, mas que poderia ser designada também de geração hiperconectada ou algo similar.
É por isso que eu reverencio as tecnologias que permitem minimizar as diferenças entre as idades e oferecem a cada geração mais condições de expressar suas habilidades e mostrar o que cada uma tem de melhor.
É por isso também que eu acredito que as organizações que admitem em suas equipes criativas integrantes de gerações diferentes se beneficiam com muitas qualidades entre elas: maturidade, paixão, liderança, motivação, inquietude, franqueza e bom senso porque, ao vigor e ambição das novas gerações é bem vinda uma dose de experiência e moderação; ao "pé mais no chão" da velha guarda é saudável a impetuosidade das novas gerações e assim por diante.
Viva os times multi-gerações, viva os banda largas!Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje
e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2296
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