Como andam os bolsos dos bancos?
Copyright Terra Magazine - 13/11/2010
Paulo Nassar
De Lugano, Suíça
Uma crise envolvendo uma organização financeira pode revelar com exatidão os limites da publicidade como elemento principal da comunicação de sua identidade, imagem e reputação. Na crise, a sociedade pede, além de publicidade de produtos, comunicação institucional.
O caso das fraudes recém noticiadas do Banco Panamericano reavivam um sentimento de desconfiança social no negócio financeiro. E desconfiança na atividade bancária é uma moeda podre e perigosa.
O caso do Panamericano, um banco pequeno, nos lembra que, durante a crise financeira global de 2008, instituições financeiras governamentais de controle, entre elas os bancos centrais, não controlaram, grandes empresas de auditoria falharam, megabancos quebraram prejudicando milhões de clientes e cidadãos. A sociedade confia cada vez menos em quem tem o dever de controlar.
Crises são momentos que revelam o papel da comunicação institucional para que crenças e valores de uma organização e de seus dirigentes sejam percebidos pela sociedade e principalmente pelos clientes.
Uma comunicação que valoriza
A comunicação institucional valoriza a história de uma empresa ou instituição mostrando, em diferentes contextos, a sua ligação e o seu comprometimento com uma comunidade, com regiões e países. Uma história que pode mostrar a empresa como um empreendimento complexo, somado às suas contribuições ao desenvolvimento de tecnologias, inovações e talentos, criação de empregos, além do apoio às iniciativas culturais e sociais das comunidades onde negocia. Revela a sua solidez e tradição e seus aspectos transcendentes.
A abrangência da comunicação institucional é maior do que a da comunicação que tem como objetivo principal e tradicional a venda de produtos.
Ao mostrar as inúmeras faces de uma empresa ou instituição, uma boa comunicação institucional tende a consolidar a confiança, a solidariedade e o respeito social em relação a atividade empresarial.
Reflexo dos lucros que os grandes bancos brasileiros têm alcançado, as suas comunicações mercadológicas são positivas, alegres, joviais e triunfais. Bem produzidos, os seus anúncios estimulam a interatividade dos clientes, com o objetivo de transformar sonhos em realidades, expressos em financiamentos da casa própria, de empreendimentos, do carro novo e de outros desejos de consumo.
A narrativa mercadológica dos bancos brasileiros está extremamente alinhada a uma sociedade que parece acreditar que pode tudo e que os seus bolsos são elásticos. Os discursos, transformados em anúncios voltados por exemplo ao consumo consciente, foram esquecidos.
O momento é de comunicar o estado da arte da governança corporativa do sistema financeiro brasileiro. E, também, que as empresas não são perfeitas e podem falhar.
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e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2004
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