Com quem falamos todos os dias?
Sempre fazemos uma ideia de quais são as características mais relevantes dos nosso públicos, mas quantos deles realmente conhecemos?
Há empresas que lidam com nada menos do que 20 mil colaboradores diretos, além dos tantos terceirizados e temporários, sem contar os fornecedores, clientes, acionistas, ativistas e ciberativistas etc. Falar com estas pessoas e atender às necessidades de informação, comunicação e relacionamento de públicos tão distintos é uma tarefa um tanto quanto hercúlea.
O quadro pode ser ainda pior. Quando estamos falando com nossos clientes externos, os compradores de nossos produtos ou serviços, tendemos a tratá-los pelo reflexo de suas características na classificação econômica, que agora nos diz que a maioria da população faz parte da chamada classe C, seja por terem realmente melhorado de vida, seja apenas por terem conseguido, a muito custo, comprar uma geladeira para suas casa, a prestação, ou melhor, com pagamento a perder de vista.
Usamos, ainda, quadros muito grotescos para traçar os contornos e dar vida, em nossas mentes, a estas pessoas, nossos interlocutores.
Ora são categorizados pela idade, ora pelo sexo, ora pelo cargo, muitas vezes pela posição na cadeia decisória, outras tantas recebem a mesma coisa, com uma palavra ou outra modificada. Mas de um modo geral, quem são eles? Quais são suas alegrias? Quais são os seus desafetos? Seus desafios pessoais, seus códigos e valores?
Organizações investem pesadamente em programas e benefícios antes mesmo de entenderem, de fato, quais são as pessoas que receberão estas melhorias.
Um péssimo hábito que ainda persiste em muitos ambientes corporativos é o preconceito camuflado pelo diploma. Aquele que começa com “eu estudei para isso, sei do que estou falando” e termina com “isso não é importante para estes públicos, o que eles querem é dinheiro”.
Tanto não é apenas o capital econômico que move os colaboradores que não são poucas as pessoas que se demitem de um emprego com salários astronômicos para tirar um ano sabático, ou para se dedicarem a projetos pessoais, trabalharem no terceiro setor, enfim, para não serem apenas um depósito virtual de valores monetários ao final de cada mês.
Uma ferramenta simples, mas que já vem auxiliando muitas empresas, principalmente no mercado “virtual”, é a construção de personas, ou seja, de personagens, com rostos, roupas, acessórios, uma personificação dos diferentes grandes grupos de interação com as marcas, produtos ou serviços.
Somos imersos e parte de uma sociedade visual. Ter uma referência a cores, com contornos e nuances definidos faz com que consigamos clarificar características que, de outro modo, possivelmente mal teríamos nos dado conta.
Os reflexos deste tipo de observância se darão na tão propalada comunicação dirigida, ou comunicação segmentada. Falar sobre o que é relevante tanto para as pessoas quanto para as organizações de maneira assertiva, reduzindo ruídos e potencializando resultados.
Isso faz parte da construção de novas realidades, da elevação do ROI da comunicação.
Sempre usamos a palavra “estratégico”, dizemos que somos pautados por resultados e métricas, mas quantas são as métricas construídas com base em pesquisa, definição de perfil, consolidação de dados das diversas áreas de suporte da organização?
Se sua resposta estiver pautada nos estereótipos construídos pelo achômetro e validada por alguns diplomas dentro de uma sala de reuniões, perdão, mas a verdade é que sua área, sua organização, e a Comunicação Estratégica podem estar perdendo excelentes oportunidades de mostrarem os reais benefícios do diálogo e prática oportuna da comunicação.
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