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COLUNAS


Mauricio Felício
contato@feliciocomunicacao.com.br

Sócio Presidente da Felício Comunicação, atua em consultoria, gestão e treinamento em comunicação empresarial e Business Intelligence. Formado em Relações Públicas pela USP, onde atualmente participa do programa de mestrado e é Professor conferencista para a graduação, com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing pela mesma instituição (USP em parceria com a Florida University)."

 

Melhor só do que mal acompanhado

              Publicado em 24/08/2010

Tem horas que uma boa companhia é impagável. Uma boa conversa, projetos para salvar o mundo e para rever pessoas de um passado longínquo. Horas e horas discutindo a política do país, o jogo do final de semana, a folga do trabalho. Tantas coisas para se envolver, tantos lugares para ir. Tantos planos desenhados a lápis, outros a tinta, alguns fantasiados no ar.

Várias coisas podem diferenciar uma conversa de uma ação. Vontade, engajamento, esperança, sonho, inquietação, revolta, orgulho, desejo.

Mas quando vamos materializar algo, sempre olhamos envolta e buscamos as melhores pessoas para nos ajudarem. Isso por querermos que nossos objetivos sejam alcançados.

É mesmo sempre assim? Sempre buscamos as melhores pessoas para cada função? Quantas foram as vezes nas quais projetos importantíssimos para a empresa não tiveram boa aceitação ou bons resultados por termos deixado de lado os nossos objetivos reais e entrado no campo das vaidades?

Não dá para contarmos quantas vezes ouvimos reclamações de amigos e colegas sobre este tipo de comportamento, mas podemos ter problemas até quando as vaidades não são postas à mesa.

Sempre tenho a preocupação de me manter atualizado com as práticas do mercado e me dedico em manter os olhos nos livros e na academia em busca de críticas construtivas. Faço isso na tentativa de ampliar minha percepção sobre os desafios e oportunidades que enfrentamos cotidianamente.

Este tipo de posicionamento me faz lembrar que o caminho dos estudos é infindável, tanto quanto as experiências que podemos vivenciar no mercado, mas temos que avaliar, sempre, se estamos lidando com a pessoa certa para cada momento, para cada necessidade.

Para tornar mais claro, é fácil entender este panorama quando pensamos não em comunicação mas no campo da saúde, por exemplo. Quantas vezes nos consultamos com médicos que mal nos olham nos olhos, ou melhor, que mal nos olham. Por vezes somos mais um paciente durante o turno da noite. Muitas vezes este tipo de atitude faz com que ao sairmos do consultório acabemos desconsiderando as orientações recebidas. “Ele mal me examinou, nem sabe o que eu tenho”. Este pode ser um médico com mestrado e doutorado, com 30 anos de clínica, mas nesta hora, que importa? Ele nem te olhou, não é?

O mesmo ocorre conosco. Por vezes sabemos exatamente o que precisamos fazer. Vestimos a toga e nos colocamos como decisores do futuro, oráculos do destino corporativo, e nos esquecemos de conversar, olho no olho, com as pessoas que estão envolvidas nas nossas ações. Para elas, antes só do que mal acompanhadas, e pode ser que pensem que a má companhia seja a nossa. Nós que queremos mudar as coisas. Dizemos que viemos para ajudar, mas nem perguntamos quais são os seus objetivos. Para tudo que nos é perguntado sempre recebem de troco uma pedra e um ar de desdém.

Por outro lado, pensando neste quadro, é melhor não ter alguém ao lado e partir em busca de um bom profissional de comunicação, por entender a necessidade de ter alguém realmente qualificado, do que se conformar com um profissional desengajado, egoísta e egocêntrico.

Tanto falamos em comunicação que por vezes parece que somos perfeitos, que nos comunicamos com nossos colegas de forma ideal, mas nem sempre é assim.

Da mesma maneira que há médicos incríveis, há profissionais de comunicação, e até aqueles que não se graduaram nesta área, mas que militam nela com maestria. O mesmo, infelizmente, ocorre às avessas. Cinco anos em uma faculdade de medicina não transforma qualquer pessoa em um médico comprometido, então por qual motivo o simples diploma faria de nós perfeitos em nossas comunicações?

É preciso que sejamos comunicadores de corpo e alma, não apenas em papéis e e-mails, em murais e campanhas. Ser comunicador é ir além do simples, é desbravar o diferente. É conquistar a si próprio antes de tentar conquistar os outros.


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