O Homem é um animal social em rede?
Aristóteles, famoso filósofo grego, ajudou a definir o pensamento ocidental através de contribuições em diversas áreas do conhecimento. São de sua autoria diversos estudos, pensamentos e citações que atravessaram os séculos e ainda se mantêm atuais. Segundo o grande filósofo, o homem é um animal político e social e por isso necessita de outras pessoas e da sociedade para alcançar sua plenitude.
O sociólogo francês Yves Barel, por sua vez, traz a seguinte definição: (Barel, 1986, 131) (...) "o homem, por ser um animal político e um animal social, é também um animal territorializador. Diferentemente, talvez, de outras espécies animais, seu trabalho de territorialização apresenta, contudo, uma particularidade marcante: a relação entre o indivíduo ou o grupo humano e o território não é uma relação biunívoca. Isto significa que nada impede este indivíduo ou este grupo de produzir e de “habitar” mais de um território."
Utilizo-me dessas duas concepções distintas e separadas por centenas de anos e articuladas em um contexto totalmente diferente ao que motiva a minha linha de pensamento neste artigo, para introduzir uma reflexão sobre os impactos das novas tecnologias da comunicação no papel dos comunicadores.
Sites de Redes Sociais (SRSs), mídia social, mídias digitais, mídias digitais sociais, social media, redes sociais, redes sociais digitais, Social Network Sites (SNSs): todas essas siglas e definições dizem respeito ao fenômeno que vem atraindo em todo o mundo milhões de usuários para sites como MySpace, Foursquare, Facebook, Twitter e Orkut entre outros.
Diariamente milhões de interações são realizadas entre pessoas que se acostumaram a acessar, ao menos uma vez por dia, os sites de redes sociais para realizar um sem número de ações: seja adicionar novos amigos, parabenizar aniversariantes, disputar partidas em jogos sociais, criar perfis adicionais, compartilhar conteúdo, procurar emprego, apoiar causas, protestar, verificar tendências, criar tendências, dar opiniões sobre os mais diversos assuntos, relatar experiências e opinar sobre marcas, empresas e produtos.
Massimo Di Felice, sociólogo e doutor em ciência da comunicação nos explica que "a velocidade de transformação das transformações tecnológicas e culturais faz com que, no interior dos contextos digitais, qualquer tipo de conhecimento torne-se rapidamente obsoleto" (Revista MSG, nº 4, ano 1, pág 30).
A mídia social é uma realidade e o Brasil assume um papel de liderança por ser um dos países onde os sites de redes sociais são mais utilizados. Isso provoca mudanças na estratégia de comunicação das empresas que não podem se eximir diante da democratização e acessibilidade na criação e divulgação de conteúdo, para o bem ou para o mal, que esses sites oferecem. É incontestável a percepção de que é impossível controlar e ignorar o Twitter, o Facebook, o Orkut, o YouTube e as demais mídias digitais.
Se a comunicação atualmente é integrada e se encontra no cerne da administração, as mídias sociais representam uma grande oportunidade para as empresas se aproximarem e dialogarem com seus consumidores gerando informações que possibilitam um amplo leque de opções: desde redução de custos com centrais de atendimento, dicas e opiniões sobre produtos, até alertas sobre novas tendências de consumo.
De que maneira, então, devem se posicionar os comunicadores diante de transformações tão velozes em um universo digital que impõe novas abordagens de se relacionar?
Os departamentos de Comunicação das organizações, assim como as Agências de Publicidade e de Relações Públicas estão nos mostrando um caminho a ser trilhado: análise, monitoramento, pesquisa, estratégias para inserção nas redes sociais e interação com as novas tecnologias.
A receita que parece simples vai se sofisticando cada vez mais com o lançamento de softwares e serviços para monitorar onde, quando e como as marcas são mencionadas e ações que unem publicidade tradicional a campanhas específicas para redes sociais entre diversas outras ferramentas e inovações que demonstram que o tradicional dinamismo das práticas comunicacionais encontrou um aliado ímpar na velocidade de difusão de informações dessas novas redes.
Eu volto a Aristóteles e a uma de suas mais formidáveis citações para encerrar este artigo que, longe de esgotar o assunto ou dar respostas, procura estimular a reflexão sobre as novas possibilidades de comunicação oferecidas atualmente:
"O que sabemos fazer, aprendemos fazendo." Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.)
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e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2844
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