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COLUNAS


Mauricio Felício
contato@feliciocomunicacao.com.br

Sócio Presidente da Felício Comunicação, atua em consultoria, gestão e treinamento em comunicação empresarial e Business Intelligence. Formado em Relações Públicas pela USP, onde atualmente participa do programa de mestrado e é Professor conferencista para a graduação, com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing pela mesma instituição (USP em parceria com a Florida University)."

 

O Dom Quixote corporativo

              Publicado em 04/03/2010

Em uma passagem da obra de Miguel de Cervantes, o clássico Dom Quixote, o protagonista de mesmo nome, junto ao seu escudeiro, Sancho Pança, chegam a um local com dezenas de moinhos. Ávido por salvar a amada Dulcinéia, Dom Quixote investe contra as construções e é arrebatado.

Ao ler a obra seiscentista, achamos que o cavaleiro é louco, e Sancho é a voz da razão. Mas que razão? Mas que loucura é esta? Que razão pode superar os sonhos de um bravo guerreiro?

Obviedades à parte, a loucura pode estar nos olhos que rasgam as páginas e desferem conceitos e preconceitos.

Nas empresas estes conceitos também estão presentes. A cada dia, redefinimos os discursos corporativos em busca das melhores formas de propagar as nossas ações de Responsabilidade Social, de apoio à comunidade, iniciativas de Cidadania Corporativa.

Mas estamos, de fato, atacando os gigantes ou nos batendo com moinhos?

São questionamentos que devem ser feitos todos os dias para sabermos se estamos exercendo a nossa função da melhor maneira possível.

Precisamos nos aplicar fortemente em causas onde somos realmente necessários, e por que não dizer, imprescindíveis.

Exemplos são simples, e de tão óbvios, parecem bobos. Qual é o diferencial técnico e qualitativo de uma empresa de alimentos para realizar reformas de prédios públicos? Até que ponto, empresas de advocacia devem se ocupar em arrecadar fundos para ampliar uma creche do bairro?

De modo algum estou desmerecendo estas iniciativas, mas visualize este cenário. Os papéis estão invertidos.

O melhor serviço que uma consultoria advocatícia pode prestar para as suas entidades assistidas é a própria consultoria jurídica.

Grandes empresas, em geral, são ótimas em definição de processos e em organização e eficiência administrativa, então por qual motivo preferem reformar fachadas de hospitais ao invés de treinar os profissionais destas instituições para gerir melhor seus recursos, incluindo os recursos humanos? Espero que a resposta não seja “visibilidade e publicidade”.

Um trecho da música “Dom Quixote”, do grupo Engenheiros do Havaí, é conclusivo para mim.

      Tudo bem... Até pode ser
      Que os dragões sejam moinhos de vento
      Muito prazer... Ao seu dispor
      Se for por amor às causas perdidas
      Por amor às causas perdidas


Estamos vencendo ou perdendo as nossas causas?

Para responder a este questionamento, precisamos nos aprofundar em seu cerne e investigar se estamos definindo corretamente as nossas verdadeiras causas.

Não há uma regra. Não é por trabalhar em um banco que os profissionais devam apoiar e estimular projetos que orbitem as questões financeiras. De modo algum. Mas este pode ser um grande indício de um conhecimento específico que pode potencializar o tempo investido em causas sócio-ambientais, e trazer resultados mais significativos para todos os envolvidos.

O caso do Haiti, e recentemente, o caso do Chile e, principalmente, os casos de enchentes em diversos estados do Brasil, nos mostram que temos causas realmente emergenciais, onde a nossa maior especialização é sermos humanos. Por isso, vale aqui a brincadeira com a música que referenciei.

Veja a imagem abaixo e se pergunte se você e sua empresa estão enfrentando moinhos, dragões ou gigantes. Mas vá além, veja se você, como na ilustração, está montado em um cavalinho de brinquedo ou está se preparando corretamente para cada batalha.


Copyright: Kerem Beyit
 


Muitas empresas já perceberam a necessidade deste tipo de atuação. Um bom exemplo é a própria ABERJE, que lançou recentemente o Comunicadores Sem Fronteiras. Se sua empresa já pratica atividades de Cidadania verdadeiramente Corporativa, comente. Suas boas ações podem ser o embrião de novas práticas empresariais.
 


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