O grande ator nas organizações: o ser humano.
Quando observo os fatos do cotidiano sempre fico pensando como é difícil e ao mesmo tempo fácil ser verdadeiramente um ser humano. Parece-me que o estado de espírito comanda nossos comportamentos. Parece-me que nossos valores, aquilo que acreditamos como correto nos influencia, agimos de maneira inconsciente e consciente, temos controle, perdemos o controle, afinal somos seres humanos. Ao agirmos, vem a reflexão, sobre nossos próprios atos e, a partir dela, passamos a nos comportar de uma maneira diferente, aprendendo a viver melhor. Nossa consciência bate à nossa porta e nossos valores entram em cena. Nossas percepções sobre o mundo, sobre as relações, sobre os processos que diariamente vivenciamos começam a ter maior sentido para que possamos ser seres humanos mais felizes. Somos direcionados por uma força interna, mas também temos de aprender a respeitar o próximo, e assim viver em comunidade. O ideal está longe, mas a felicidade depende de cada um e das escolhas que fazemos nos processos de relacionamento com outros seres humanos. Nos ambientes organizacionais, as preocupações são as mesmas, busca-se a humanização: o respeito ao trabalhador enquanto ser humano. A natureza verdadeiramente humana, segundo Morgan (1996), é construir as organizações em função das pessoas e não das técnicas.
Parece-me que vivemos entre acertos e erros. Na busca do equilíbrio. Quantas cenas diárias não acontecem no cotidiano das organizações! Imagine-se uma cena de desentendimentos, de contradições, de tristeza e até mesmo de decepção, qualquer uma. Quem não as tem? Imagine-se uma cena de entendimentos, de alegria, de comemoração, de reconhecimento. Imagine-se uma nova descoberta. Tenho refletido muito sobre a essência do viver e neste sentido fico pensando que as experiências poderiam ter maior significado se simplesmente não passássemos por elas, mas as vivenciássemos. Parece-me que a corrida está em fazer o que ainda está para ser feito, e não em pensar antes da tomada de atitude, observar a extensão de nossos atos e discursos, refletir antes de agir, pesando as consequências. Para isso, é fundamental que, nos ambientes organizacionais, o ser humano não continue a agir por impulso, pela dinâmica e pressão que lhe é imposta. Vive-se um ritmo alucinante, simplesmente passando pelos momentos. É fundamental, reafirmo: viver os momentos e com eles aprender os inúmeros significados da essência do viver.
O fato é que precisamos aprender a valorizar e a comemorar cada movimento, para vivermos intensamente nossas experiências de vida. Não é diferente no ambiente de trabalho: o ser humano está ali, pronto para crescer no desenvolvimento de suas atividades, nos relacionamentos dos quais participa, enfim está ali pronto para ser feliz, mas não em um “mundo perfeito”.
Para Moggi (2008), organizações são “organismos vivos por excelência”; ao ampliarmos nosso olhar sobre elas, ficamos perplexos diante de sua complexidade. Uma pessoa pode buscar qualidade de vida, outra, crescimento pessoal, desenvolvimento profissional, entre tantas aspirações. Sempre olhei para as organizações como organismos sociais. Você já conseguiu imaginar o mundo sem organizações? Sem o viver e conviver em sociedades? Precisamos aprender com nossas percepções, nossas habilidades e nossos conhecimentos. Precisamos contemplar o nosso interior e perceber que nós somos parte fundamental na busca conjunta da felicidade que tanto almejamos nos ambientes organizacionais. Precisamos entender que nas organizações da contemporaneidade a diversidade se faz presente. Diversidade implica práticas distintas e simultâneas em uma organização, ou seja, as diferenças existem e convivem, contrapontos são vistos como naturais e permitem às pessoas o seu aprendizado e consequente crescimento.
Se organizações são comunidades sociais, constituídas de pessoas que, ao se relacionarem, constroem significado, é natural nesses ambientes o respeito ao ser humano e o viver em ‘comunidades de prática’. Nesse contexto, a dimensão que a comunicação assume em uma organização está muito mais vinculada ao seu aspecto formativo, constitutivo de uma realidade, do que ao nível informacional. É preciso centrar o olhar na construção dos processos, no desenvolver relações, no construir e constituir o saber, privilegiando-se dessa forma a humanização nos ambientes organizacionais.
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