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Mauricio Felício
contato@feliciocomunicacao.com.br

Sócio Presidente da Felício Comunicação, atua em consultoria, gestão e treinamento em comunicação empresarial e Business Intelligence. Formado em Relações Públicas pela USP, onde atualmente participa do programa de mestrado e é Professor conferencista para a graduação, com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing pela mesma instituição (USP em parceria com a Florida University)."

 

De tão transparente, eu nem vi.

              Publicado em 05/11/2009

É fácil cair nas modas e nos vícios, mas aqui não digo dos vícios do corpo, mas sim dos vícios mentais e lingüísticos.

Já se perguntou o que significa sistema, organização, empresa, trabalho? Tantas palavras que repetimos mas nunca nos demoramos em debate, pensando e buscando entender sobre o que tratam de fato.

Uma destas palavras, e eis o motivo de introduzir as modas e os vícios, é a tal transparência. Antes de continuar sua leitura, pense um pouco sobre o que você entende por transparência, e por transparência organizacional, para vermos, ao final, se concordamos nos sentidos.

Primeiro, transparência, que é resultado da união de termos, grosso modo, significando a qualidade de ser transparente, de deixar que a luz passe por si incólume. Até aqui tudo bem? Então vamos ao segundo passo. O que significa Transparência organizacional, numa dedução lógica, se não as organizações com a qualidade de deixar que a luz passe por elas incólume? Aqui se fez, então, um sofisma.

Há organização que pode ser transparente? Jamais. Além do que, se a intenção é iluminar, dar clareza e visibilidade, quanto mais opaco é o objeto, mais podemos ver nele a luz. Então, por que tantos de nós buscamos uma coisa quando queremos outra? Isto acontece pelo simples fato de darmos o nome errado ao que queremos.

Quando dizemos “transparência”, estamos pedindo por “sinceridade”.

Transparência organizacional não significa pedir que tudo seja exposto, sem segredos e sigilos, sem processos e sem interferências. E sim a exposição do que é função da empresa expor, de forma sincera, a uma sociedade que reclama e critica as empresas por motivos múltiplos, entre eles, a necessidade de fazer parte daquilo que constrói sua vida e seu cotidiano, ser agente na construção ética das instituições e corporações.

Entender o que queremos é, claramente, a premissa para que possamos convencer outros dos nossos objetivos, e ainda mais quando temos que convencer o presidente da empresa, um conselho diretor ou os nossos acionistas.

Como falar, em uma sociedade que mantém uma relação mal resolvida com o lucro, que a empresa investe em benefícios para os seus funcionários enquanto aumenta os preços dos produtos, ou dizer aos acionistas que a satisfação dos empregados reflete na qualidade dos serviços e, consequentemente, em vendas, se não estivermos preparados para assumir os riscos de sermos sinceros?

Para encerrar, como disse o que entendo por transparência e por transparência organizacional, agrada-me definir o que é sinceridade, nestes nossos dias.

Temos nossos “públicos”, cada um com seus interesses, mas nós, como corporações, não temos os nossos interesses também? E não seria lícito e justo falarmos sobre eles?

Bom, as mídias sociais digitais mostram que a cultura emergente é a da cooperação, participação e escrutínio, logo, não dizer, mostrar ou fazer o que é nossa obrigação, já não passa mais por omissão ou descuido, mas parece, cada dia mais, maldade, má fé e exploração.

Não entenda por estas palavras que a empresa deve expor seus dados cruciais à espionagem industrial ou ao canibalismo do mercado, mas sim, aproximar-se da sociedade, garantindo uma relação profícua, e construindo a longevidade de ambas, sociedade pública e sociedade privada.


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