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COLUNAS


Regina Macedo
reginah.macedo@gmail.com

Diretora de Comunicação Corporativa da HP Brasil e Mercosul. Formada em Administração de Empresas com ênfase em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, possui MBA cursado na mesma entidade. Possui experiência no mercado de tecnologia e telecomunicações adquirida em empresas como Gradiente, IBM Brasil e Siemens Mobile, onde ocupou o cargo de Diretora de Marketing no Brasil.

X, Y e a Comunicação

              Publicado em 29/10/2009

Lendo sobre o fenômeno das gerações, volto brevemente à definição sobre cada uma dessas gerações que compartilham o mesmo ambiente de trabalho.  A geração x, é aquela que nasceu virada para a lua. Literalmente. Muitos viram pela tv (preto e branco) o homem pisar na lua pela primeira vez. São os nascidos entre 1965 a 1980, filhos da geração de pais pós segunda guerra mundial e que viveram profundas transformações sociais. Nasceram ainda num mundo, onde a tv colorida foi novidade. Compraram vídeo cassete, atari e assistiam Os Flinstones e Vila Sésamo. E começaram a trabalhar quando ainda não existia email, e nem smart phone! É inacreditável. Como dizemos na brincadeira, é a geração analógica. Aquela que ainda usa o termo “cair a ficha”, quando os telefones públicos ainda eram muito utilizados pelos pessoas nas ruas. Lembra? Isso fica até nostálgico. Pois bem, é desse pessoal que estou falando, e é da minha geração... E além dessa realidade tecnológica absolutamente distinta do que é hoje, é quase que uma geração sanduíche, que ficou entre o mundo em construção e o mundo em desconstrução. Os valores sociais e modo de vida até então idealizados, se desmoronaram diante dos olhos e sonhos dessa geração. O que era sólido se desfez, e o novo é orgânico e sem formato definido.

A geração y, os nascidos segundo a maioria dos sociólogos, entre as décadas de 1980 e 1990, são de fato, as criaturas digitais. A janela do mundo é o note book e sua conversa se dá por textos curtos via sms, twitter. Celulares grudados ao corpo, com música, é claro. Desde cedo viram que papai noel não existe, brincaram nas áreas de lazer dos shoppings lotados e fizeram suas primeiras viagens para a Disney aos cinco anos de idade. E aos dezesseis queriam fazer intercâmbio na Austrália, pois Estados Unidos já era. Quando se formam na faculdade, engatam um MBA em alguma coisa, e tem como meta serem presidentes da empresa aos trintas anos. A confiança e a auto estima são vitaminadas, cultivadas desde muito cedo por uma alimentação rica e mais ricos ainda incentivos familiares.  É claro que me refiro a uma classe social bem privilegiada, mas são justamente com representantes dessa geração que muitas vezes vamos nos deparar no ambiente corporativo. Aquele, onde também habita outras gerações.

Já deu para perceber, que estamos falando de criaturas diferentes, é claro. E que não há necessariamente conflito de gerações, mas um estranhamento. É como comparar uma transmissão de dados analógica, com uma digital. Não quero aqui dizer que a geração x é devagar ou não se atualiza. Não se trata disso. A questão é a dinâmica entre esses dois ritmos e a comunicação das empresas para com eles.  Quando definimos uma geração, não se quer dizer que todos pertencentes a ela são assim, afinal somos indivíduos, com nossas características únicas. Mas sim, fazemos também parte de um contexto maior. Aí vem a questão: como ter uma forma ou formas de transmitir a mesma mensagem, dentro de um ambiente corporativo para no mínimo duas gerações tão diferentes?  Apenas para citar duas.

Hoje o comunicador se vê diante de desafios inéditos. A velha forma de falar, eu empresa, você funcionário, não funciona mais. Assim como aqueles quadros de missão, visão e valores. No mundo do you tube, você pode virar piada a qualquer momento. O anonimato e a criatividade digital sem limites e fronteiras, acabou com a paz do pseudo controle. Como ter credibilidade e trazer significado para as pessoas da empresa?  Mostrar valores de marca e envolvimento das pessoas?  Penso que por mais que a comunicação seja uma entidade orgânica e mutável, pois nos surpreende em suas forma e conteúdos, há um ingrediente básico e fundamental. A autenticidade. Talvez seja aqui, o ponto sempre comum entre quaisquer gerações. Falar de acordo com suas crenças e identidade, de uma maneira verdadeira. E por mais digital que sejam as comunidades, e que bom que se espalhem e reproduzam, são também pessoas que gostam de se encontrar. E ouvir o outro. E falar também. Diversidade. Cada um do seu jeito. Esse deve ser o espírito da nova comunicação de multiplataformas.


Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor. 3782

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