Flash Mob: Mobilização a favor da Comunicação
A Comunicação Digital revolucionou hábitos e proporcionou a cada indivíduo um amplo poder de discussão, interação e divulgação de suas ideias, tornando-se uma nova opção para criar, expandir e diversificar vínculos sociais. O caráter aberto e democrático da Internet possibilita o conhecimento e popularização de causas antes restritas a limites geográficos, permitindo que cada um mobilize – à sua maneira – grupos de pessoas em lugares distintos, separadas por distâncias antes inalcançáveis.
Dentre as iniciativas impulsionadas por esta mídia estão os flash mobs, reuniões de pessoas combinadas via e-mail, grupos de discussões e redes sociais, com o objetivo chamar a atenção do público por meio de uma ação inusitada. Este movimento, contudo, não teria muito sentido se não fosse a possibilidade de compartilhamento de seu conteúdo pela Internet. Devido ao aspecto criativo e muitas vezes pitoresco das mobilizações, a circulação massiva de seus registros na rede é quase que imediata.
Os flash mobs se tornaram populares por meio de algumas performances de cunho artístico, como é o caso do grupo norte-americano Improv Everywhere. Em sua ação mais célebre, chamada Frozen Grand Central, mais de 200 pessoas que fingiam andar normalmente no maior terminal de trens do mundo, em Nova Iorque, “congelavam” de repente suas ações, imitando estátuas. Em outra, os mobilizadores circulavam nos metrôs da cidade sem calças - movimento que já foi até imitado no Brasil, mas com uma adesão bem menor de participantes. A fórmula básica de sucesso consiste no fato de convidarem pessoas comuns a modificarem a cena urbana, num misto de improviso (daí o nome) e mobilização para um fato corriqueiro. Já a popularidade só foi alcançada graças aos registros das ações do grupo no You Tube, onde os vídeos da trupe são extremamente populares. Não raro seus fundadores são convidados a participar de discussões sobre Social Media, debatendo o impacto da Internet em suas ações.
Como tudo que ocorre no mundo digital, os flash mobs caíram no gosto empresarial. Porém – também como tudo que ocorre no mundo digital – podem ser encarados como ameaça ou oportunidade. Na Alemanha, as rápidas mobilizações têm sido utilizadas por sindicatos para lutar por direitos trabalhistas. Em uma das ações, 150 pessoas encheram carrinhos de compras e os abandonaram lotados nos corredores de um shopping center. Distribuíram panfletos exigindo melhores salários e explicaram aos outros trabalhadores os motivos da manifestação. O comércio foi interrompido e os funcionários da loja levaram um dia inteiro para devolver tudo ao lugar, causando prejuízos notáveis.
Já o exemplo bem sucedido vem de Londres, onde uma operadora de telefonia organizou uma performance com mais de 350 dançarinos profissionais em uma estação de metrô. Capturadas por câmeras escondidas num dia de movimentação habitual, as cenas se transformaram num comercial de 3 minutos, que foi transmitido depois de 48 horas em uma emissora de grande audiência na cidade.
No Brasil a discussão começou a esquentar e há inclusive um programa televisivo que aborda o tema, o MOB Brasil. Apesar de ainda caminhar timidamente, a popularização dos flash mobs por aqui tem grandes chances de sucesso, afinal já conta com duas vantagens peculiares ao país: a familiaridade dos brasileiros com as redes sociais e nossa facilidade de relacionamento e interação. Vale lembrar que a ação tem caráter especial não só para o espectador, que é surpreendido pelo ocorrido, mas também para o participante, que adere ao movimento voluntariamente e sente-se responsável pela ação maior, que só faz sentido no contexto de coletividade. Além disso, é uma ferramenta barata e, quando bem utilizada, de impacto positivo gigantesco. Mais uma vez, nossos sinceros agradecimentos à Comunicação Digital.
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