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Rosana Miziara


Historiadora com mestrado em história social e gestora cultural. Foi coordenadora de cultura da região central de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura e coordenadora de projetos do Museu da Pessoa, onde desenvolveu ações para grandes corporações, como Cia. Vale, Petrobras, SESC, CCBB, entre outras. Foi diretora da CDN Cultural, onde desenvolveu projetos voltados para a comunicação empresarial a partir da cultura. Atualmente é Relações Institucionais do Museu da Pessoa.

Quem é do mar não enjoa

              Publicado em 11/02/2016

Tive uma professora de português no primário que nos recomendou a nunca começar uma frase na negativa. Como já fiz esse introito, posso começar: “Não aguento mais a palavra crise”.

A palavra grega krísis era usada pelos médicos antigos com um sentido particular. Quando o doente, depois de medicado, entrava em crise, era sinal de que haveria um desfecho: a cura ou a morte. O vocábulo se refere a diferentes tipos de situações mas, em qualquer dicionário, está ligado a uma situação difícil, às vezes grave, que pode comprometer a continuidade de um processo. Li num texto da internet, publicado pelo SEBRAE, que “a crise é um fato ou circunstância ou conjunto delas que produzem uma pausa, um antes e um depois”.

Quando entrei na faculdade de história, no idos anos 80, era lugar comum falar que as ciências sociais estavam em crise. Vivi a crise econômica do Sarney. Saindo do meu foco, o fato é que desde que o mundo é mundo, a crise esta aí. Assim, o que me faz pensar que os desafios residem nos processos entre um determinado estágio para outro. Encontrar as brechas, como diria Michel de Cearteau em sua obrigatória obra “A invenção do cotidiano”. Ou ainda, se olharmos para uma célula, na parte de fora do dentro.

A palavra crise foi a tônica do ano passado - e na área de projetos culturais não foi diferente. Mil recusas e cortes por parte dos gestores de comunicação e marketing para patrocínio de projetos, em nome da crise. Pensei: o dinheiro deve ter migrado para áreas que desconhecemos. Isso é fato. Porém, mais fato ainda é que as soluções mais criativas residem exatamente nesse ponto. E não como resposta à dita crise, mas como novas ações que emergem desse quadro.

Em situações como esta, nada como se voltar para as origens e para o DNA das “pessoas”, aqui consideradas como público, consumidores, stakeholders e cidadãos. E conhecer essas pessoas pressupõe conhecer suas histórias de vida. A máxima do Museu da Pessoa é: “ouvir o outro pode mudar o seu jeito de ver o mundo”. O Museu da Pessoa completará 25 anos em dezembro de 2016. Desafios cada vez maiores na área de sustentabilidade se colocam para esta e outras instituições do terceiro setor. Mas, dentro do pensamento de que a história é feita de permanências e transformações, o que permanece é o valor da história individual na formação da memória social.

Uma pausa para ouvir o outro pode ser um bom receituário para novas ideias e projetos que falem diretamente com as pessoas com as quais as empresas e instituições querem se relacionar.

Que venha 2016, pois quem é do mar não enjoa!


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