2015, tchau!! O ano mais difícil que vivi para a Comunicação Interna
Sim, posso dizer que já vivi muito! Vivi muitas crises e muitas ilusões que não estávamos em crise. Vivi o falso “milagre brasileiro”, onde uma estrutura política achava adequado nos fascinarmos com o Brasil: Ame-o ou deixe-o. Vivi recessões como em 81, quando o Nielsen apontava a queda de consumo de macarrão! Vivi a ditadura, a queda do Collor, a inflação absurda na qual comprar carne e fralda descartáveis era um desafio. Vivi a miséria, a violência, os problemas na saúde e educação quase sempre. Nos últimos anos vivi os tempos do consumo exagerado, das classes menos favorecidas ascendendo pelo ter. A tomada do celular da vida humana. Acreditei, torci, investi em novos paradigmas por toda parte. Vi as empresas descobrirem que precisavam de comunicação interna. Vi a chegada das pesquisas de clima, ou da ambiência.
Muitos talvez não saibam que, na década de 90, pouco se falava nessa área de comunicação. Nada se falava de responsabilidade social empresarial nos inícios dos anos 90. Talvez poucos tenham reparado nos avanços em direitos humanos nos anos 2.000, da mesma forma que começamos a ser matriculados nos aspectos ambientais, nos desafios climáticos. Descobriu-se também que comunicação interna tinha conexões diretas com a externa e enorme influência num novo conceito: reputação de marca.
E veio 2015. Com ele desafios de toda ordem. A emergência de uma corrupção intuída, de procedimentos escusos sejam de governos, de ONGs suspeitas e de empresas acima de qualquer suspeita. Com isso a comunicação interna e a comunicação para responsabilidade social foram atacadas pela sua própria fragilidade. Sou apenas fraterna a toda uma geração de comunicadores da área interna e de responsabilidade social, surgidos nos últimos 15 anos, que sofreram o ano todo uma grande avalanche. Tsunamis? Rompimento de barragens? Rompimento de consciências anestesiadas? Acreditamos no impossível? Ou vivemos um momento que chegou para descobrirmos como seguir sem maquiagens e disfarces? Só 2016 e 2017 poderão nos dar essa resposta.
Minha palavra amiga e parceira fica para você, que encontrou tantos desafios no seu caminho em 2015. Para você, profissional de comunicação interna que se percebeu calado, sem palavras para enfrentar esse novo momento. Para você que não sabia que evento fazer, que pesquisa ou palestra contratar, como viver na linha insegura do ser ou não ser. Não passará rápido esse momento em que muitos pensam que é melhor se esconder, não se relacionar, não dialogar. Precisamos acreditar que as crises vêm para nos educar.
Vamos para 2016 confiantes que a verdade nos vacinou. Estamos criando anticorpos contra a mentira e podendo usar nossa potência de transformação para continuar. Plante sempre a pequena semente. Adube, regue, veja a luz, a temperatura, acredite sempre no que tem vida, e pense no direito que as coisas vivas têm à vida. E vamos juntos, compreendendo que comunicação interna é “interna”, e tudo que é interno, não é fácil... exige olhar para dentro, para nossas sombras. Luz para 2016!
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