Por que os organogramas formais não contam a história toda?
Se você faz parte do mundo corporativo, você sabe muito bem o que é um “organograma”. Você provavelmente já viu dezenas deles. Eles são gráficos ou diagramas que mostram a estrutura de uma organização no que diz respeito às relações entre pessoas ou departamentos, representando as linhas de autoridade e responsabilidade.
Eles são muito úteis para visualizar a estrutura de uma empresa ou organização, sendo uma ferramenta que usualmente ajuda gerentes a supervisionar funcionários. No entanto, organogramas tradicionais simplesmente não mostram toda a história de uma organização. Enquanto mostram claramente para qualquer pessoa, em questão de segundos, que o João reporta para a Maria, que reporta para o Tomás, eles ocultam todas as ligações invisíveis que João, Maria e Tomás têm ao longo de suas trocas diárias de atividades.
Chamamos estas conexões invisíveis de rede informal. Em outras palavras, este é o lado “desconhecido” da empresa que não aparece em nenhum organograma. Esta organização informal é definida pelos padrões, comportamentos e interações que resultam tanto das relações pessoais como das profissionais.
Na rede informal, a ênfase é dada sobre pessoas e suas relações, enquanto que no organograma formal, a ênfase está nas posições organizacionais oficiais, no poder e na hierarquia. Na organização informal, o poder é anexado a indivíduos específicos, em quem eles conhecem, o que eles sabem e como eles trabalham. Em quase todas as organizações informais existem pelo menos três redes principais:
Grupos de conversa no cafezinho: Ah, sim, o famoso cafezinho… Imagine se ele pudesse falar! Todos os boatos e histórias contadas quando os funcionários se juntam em volta do cafezinho para descobrir o que “realmente está acontecendo na empresa”. Essas redes informais de comunicação se formam naturalmente dentro de quase todas as organizações. São completamente separadas dos canais formais de comunicação da organização e, às vezes, muito mais rápidas que eles. Os tópicos discutidos em torno do cafezinho podem dizer respeito a uma ampla gama de assuntos, desde as últimas decisões gerenciais até o que aconteceu no jogo da Copa do Mundo – ou simplesmente a boa e velha fofoca.
Grupos informais de conexão: Os funcionários podem criar um grupo informal para ir jogar boliche, fundar um sindicato ou discutir os desafios do trabalho, ou até mesmo, almoçar juntos todos os dias. O grupo pode durar vários anos ou apenas algumas horas. É comum que esses funcionários participem dessas redes informais de conexões simplesmente por causa de um objetivo comum. Outras vezes, eles simplesmente querem estar com outras pessoas que são semelhantes ou porque querem ser aceitos por seus colegas de trabalho.
Os conectores: Esses são os funcionários que possuem um dom natural em saber quem é quem na empresa, quem sabe o quê, quais são as habilidades de cada um e como aplicar esse conhecimento. Normalmente, os conectores são socialmente muito adeptos, têm boa apresentação e são muito inteligentes. No entanto, esses profissionais são de uma espécie rara em qualquer organização e muitas vezes é difícil mantê-lo na empresa.
Em organogramas formais, as comunicações geralmente seguem os pontos e linhas entre as caixas que representam cada colaborador. Se comparados à rede informal, as informações e as colaborações podem ser transmitidas em qualquer direção — para cima, para baixo, à esquerda, à direita, ao redor, na diagonal e até horizontalmente em toda a estrutura organizacional formal e informal.
Como você pode imaginar, as redes informais em uma empresa são muito mais importantes do que um líder pode fazer ideia. Na verdade, os líderes podem aproveitar estas redes informais de muitas maneiras. Por exemplo, eles podem identificar as pessoas da organização que são fundamentais para o fluxo de comunicação eficaz e alimentá-los com informação a serem espalhadas/difundidas para o resto da rede.
Os gerentes podem também identificar quem são os “talentos ocultos” na empresa, que estão muitas vezes ofuscados pela hierarquia, e trazê-los “a luz” podendo impactar positivamente o resultado e objetivos da empresa.
Isso é apenas a ponta do iceberg quando se trata dos benefícios de descobrir as redes informais e os profissionais talentosos que dela emergem.
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