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Caroline de Moraes


Líder de Branding e Comunicação Corporativa na Whirlpool S.A/Embraco. É Jornalista, possui MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e tem mais de 10 anos de experiência na área de Comunicação Organizacional e Marketing. Participou do Projeto Percepções, desenvolvido pelo Instituto Muito Especial e apoiado pela Rede Globo, como repórter especial para o Programa Fantástico, em que viajou de carro 30 mil km, durante três meses, por nove países da América do Sul. O projeto visava conscientizar a sociedade do direito de ir vir das pessoas com algum tipo de limitação física ou sensorial. Atualmente também ministra workshops e palestras motivacionais para jovens e pessoas com algum tipo de deficiência. 

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O dom da comunicação na formação de homens livres

              Publicado em 12/02/2015

"A civilização moderna é baseada em violência, escravidão e palavras elegantes." Quando me deparei com essa frase do escritor russo George Gurdjieff, uma alquimia aconteceu dentro de mim, transformando um desconforto interno em um sólido senso de responsabilidade ligado ao dom da Comunicação.

Essa combinação dos termos “violência” e “escravidão” com o termo “palavras elegantes”, evocou uma antiga sensação de que a comunicação, com todo o seu poder de persuasão e influência, tem ao longo do tempo distorcido a realidade, ajudando a fomentar uma mentalidade coletiva separatista e desigual.

Conhecemos fatos históricos em que discursos manipuladores tiveram papel central na indução da massa ao erro como, por exemplo, o conteúdo da campanha nazista. Cerca de 70 anos depois, verificamos discursos, aparentemente civilizados, com ideias incompletas, julgamentos e intenções ocultas guiando a população para a repetição de erros. Palavras elegantes ajudando a fomentar dogmas, fanatismo e alienação.

Vale destacar que me refiro a Comunicação neste artigo como um dom, uma “habilidade especial para”, o “dote por mérito” que muitos indivíduos possuem. O desconforto vem desse aspecto, para mim, controverso. Como um dom poderoso, com capacidade de metamorfosear a realidade, estaria a serviço da escravidão mental?

Instigada a mudar a dimensão do foco, a possibilidade do contrário também se apresentou real, ou seja, a habilidade de Comunicação a serviço da liberdade. Com essa clareza foi possível notar que no cerne da questão está a inconsciência, e nessa circunstância, o dom é apenas mais um meio para manifestá-la e, assim sendo, a responsabilidade do comunicador e sua contribuição para uma nova realidade é evidente.

Incentivar o despertar da consciência dos indivíduos pelo estímulo ao pensamento crítico e auto-observação, contribuindo para compreensão do contexto e visão do todo, assim como, ressaltar a importância de seu papel como cidadãos, é cooperar diretamente para diminuição da repetição dos mesmos erros que se apresentam em formatos diferentes. Palavras elegantes não confiáveis seriam desmascaradas mais facilmente e um progresso significativo na sociedade surgiria.

A transformação da realidade se dá pela ampliação da consciência, e alguém com o dom da Comunicação torna-se um instrumento para provocar isso. Um útil instrumento para apoiar a criação de uma nova mente coletiva que busca a razão, unicidade e igualdade, incentivando a formação de homens livres. Nesse enredo, talvez a frase de Gurdjieff transmutasse para: "A civilização moderna é baseada em tolerância, liberdade e palavras conscientes.”


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