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COLUNAS


Marlene Marchiori


Concluiu o pós-doutorado em Comunicação Organizacional na Brian Lamb School of Communication, da Purdue University, nos Estados Unidos. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), com estudos desenvolvidos no Theory, Culture and Society Centre da Notthingham Trent University, no Reino Unido. Graduada em Administração e em Comunicação Social – Relações Públicas, Marlene é pesquisadora líder do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos grupos de estudos Cultura e Comunicação Organizacional (Gefacescom) e Comunicação Organizacional e Relações Públicas: perspectivas teóricas e práticas no campo estratégico (Gecorp). Professora sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Autora do livro Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização, e organizadora das obras Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas; Redes sociais, comunicação, organizações; Comunicação, discurso, organizações; e da Coleção Faces da cultura e da comunicação organizacional.

Cultura e comunicação nas organizações

              Publicado em 11/02/2015

Compreendemos organizações inseridas em um mundo permeado de símbolos, artefatos, criações subjetivas e princípios que constituem o que chamamos Cultura. Nessa ótica as organizações são a expressão de formas e manifestações da consciência humana e o resultado de inúmeras significações simbólicas (CARRIERI, 2002); por outro lado, a comunicação é reconhecida como constitutiva desses espaços mediante um processo interativo, livre e aberto de formação do significado, da informação e do conhecimento (DEETZ, 2010), o que garante a manutenção da dinâmica das organizações.

Nesse contexto, uma atitude, um processo, uma prática, são construções sociais que envolvem um modo de ser e uma singularidade que se projetam na maneira de articular, de questionar, de criar, de imaginar, de inovar, de constituir realidades organizacionais. É dessa forma que se concebe “comunicação como processo central” (EISENBERG; RILEY, 2001, p. 293), como algo necessário para a compreensão de como as organizações são constituídas, nutridas, reconstruídas e transformadas. 

Conhecer as implicações dos conceitos de Comunicação e Cultura é concentrar o olhar sob a perspectiva processual, que a cada movimento emerge em um novo contexto, um sentido que se ressignifica, se institui e se reinstitui nas interações e colabora no sentido de compreender os contextos, as decisões, os múltiplos ambientes e as potencialidades vivenciadas nas organizações contemporâneas.

A importância da discussão da cultura na sociedade, foi revelada em 1871 por Edward B. Tylor. Já no contexto organizacional o uso do termo surgiu na década de 1950 por Elliott Jacques (1951) que trata do que chamou de “cultura da empresa”, que são conjuntos mais ou menos compartilhados de ideias e ações nos hábitos e nas tradições em uma empresa. Na década de 80 a abordagem da cultura já tinha se disseminado amplamente, em diferentes correntes que Smircich (1983) agrupou em duas grandes abordagens de acordo com a diferentes correntes epistemológicas e metodológicas adotadas por pesquisadores. Na primeira, cultura é concebida como uma variável organizacional, já na segunda, cultura é compreendida como uma metáfora da organização.

A primeira abordagem, com influência do paradigma funcionalista, trata da chamada Cultura Organizacional (CO) como um aspecto que a organização possui. A segunda abordagem, com raízes no paradigma interpretativo, mas que vai além dele, lida coma cultura como algo que a organização é(Smircich, 1983), por isso trata da Cultura nas Organizações (CNO) (Alvesson, 1993). Esta última definição é mais abrangente que a primeira, pois pressupõe uma ação do indivíduo no processo, sugerindo, assim, falar-se de CulturaS[1] nos ambientes organizacionais em razão da multiplicidade de pessoas que,ao interagirem, fomentam diferentes formas de ser e agir, e fazem emergir dessas relações diversidades e diferenças  e não uma visão única de cultura. Assim abordagens no campo interpretativo, crítico e pós-moderno, vão além da visão de cultura como variável (paradigma funcionalista) e suscitam reflexões e instigam o desenvolvimento de novas pesquisas teóricas e empíricas nos estudos organizacionais e comunicacionais. Essas diferentes concepções fazem enxergar organizações como ambientes dinâmicos, interativos, discursivos, com elementos constituintes (essenciais) e constitutivos (meios e recursos) no processo de criação e de consolidação de realidades.


Trechos extraídos da Coleção Faces da Cultura e da Comunicacao Organizacional, lançada pela Difusão Editora e Senac Rio de Janeiro.

São 10 volumes, diferentes Faces, com 14 Casos de empresas.


[1]Nota da autora: grifo para enfatizar o plural, fazendo compreender que não há uma única cultura, mas múltiplas culturas simultâneas.


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1809

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