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COLUNAS


Marlene Marchiori


Concluiu o pós-doutorado em Comunicação Organizacional na Brian Lamb School of Communication, da Purdue University, nos Estados Unidos. Doutora pela Universidade de São Paulo (USP), com estudos desenvolvidos no Theory, Culture and Society Centre da Notthingham Trent University, no Reino Unido. Graduada em Administração e em Comunicação Social – Relações Públicas, Marlene é pesquisadora líder do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) nos grupos de estudos Cultura e Comunicação Organizacional (Gefacescom) e Comunicação Organizacional e Relações Públicas: perspectivas teóricas e práticas no campo estratégico (Gecorp). Professora sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Autora do livro Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre a organização, e organizadora das obras Comunicação e Organização: reflexões, processos e práticas; Redes sociais, comunicação, organizações; Comunicação, discurso, organizações; e da Coleção Faces da cultura e da comunicação organizacional.

Comunicação e Consenso: tratando diferenças na perspectiva da diversidade

              Publicado em 19/11/2014

Por Giovanna Galleli e Marlene Marchiori

 

Uma organização é formada por diferentes grupos, com diferentes interesses. Ao interagirem e construírem relações interpessoais, os sujeitos afetam e são afetados tanto no que diz respeito à dimensão da tarefa e da carreira – ao que é necessário desenvolver, sendo visível e observável, e ao que se aspira para o futuro – quanto à dimensão sócio-emocional, que está relacionada à personalidade, aos valores, preferências, crenças e sentimentos, isto é, mais ligados à vida pessoal (MOSCOVICI, 2003; MORGAN, 2010). 

Ao tomarmos como base a metáfora da política, em Morgan (2010), diferente da visão de sistema integrado, que vê as organizações como máquinas ou organismos, temos, nas tensões e em conjuntos de interesses, o lugar onde a organização se estrutura. Nesse processo, o grau de integração tem relação direta com o grau de dependência recíproca entre as pessoas. 

Os conflitos entre os sujeitos podem receber encaminhamentos diferentes, normalmente convergentes com a cultura organizacional. Assim, a hierarquia deve assegurar os limites nos quais os sujeitos, dentro de seus papéis e tarefas, exercem autoridade e influência sobre os outros. Portanto, vistas como sistemas de atividade política, ou seja, como diferentes formas de governo, as organizações podem seguir o modelo da autocracia, da burocracia, da tecnocracia ou da democracia para a resolução de conflitos e para outras práticas e processos (MORGAN, 2010). 

Inspirando-nos na perspectiva do agir comunicativo de Habermas (2012 I; 2012 II), compreendemos que o respeito ao sujeito e suas diferenças encontra lugar no modelo democrático, visto que, na “... gestão participativa, preconizam-se relações interpessoais de coesão, cooperação, harmonia no grupo. Essas formas de interação facilitam as tarefas conjuntas, a produtividade e a qualidade”, conforme afirma Moscovici (2003, p. 47). A autora pondera sobre a relação entre o trabalho produtivo e o clima de confiança, respeito e afeto estabelecido no relacionamento interpessoal entre os líderes e os membros da organização.

Nesse sentindo, ainda com Morgan (2010), temos a importância do administrador com perfil pluralista, que atua para dirimir os conflitos entre os interesses dos membros da organização e dos acionistas. Nesse cenário, há o reconhecendo da diversidade de objetivos e de interesses, sendo que o conflito é encaminhado contando “com um grau mínimo de consenso (...) usando negociação e transigência, que se tornam mais importantes do que a racionalidade técnica” (MORGAN, 2010, p. 159). 

Vale destacar que a possibilidade de consenso na organização, partindo-se da Teoria do Agir Comunicativo (HABERMAS, 2012 I; 2012 II), não está na inexistência de conflito, mas na negociação não coagida dos objetivos de cada sujeito para que se prossiga num ritmo de entendimento e de produção de sentidos. No contexto da sustentabilidade, por exemplo, vislumbramos que “... diferentes grupos negociam e competem por uma participação no equilíbrio de poder e usam a sua influência para realizar o ideal aristotélico da política (isto é): uma ordem negociada que cria a unidade a partir da diversidade” (MORGAN, 2010, p. 192).

Giovanna Galleli, aluna de Mestrado em Administração da Universidade Estadual de Londrina e membro do Grupo de Pesquisa: GEFACESCOM.


REFERÊNCIAS

HABERMAS, Jürgen. Teoria do Agir Comunicativo: racionalidade da ação e racionalização social. São Paulo: Editora WNF Martins Fontes, 2012. Vol I.

HABERMAS, Jürgen. Teoria do Agir Comunicativo: sobre a crítica da razão funcionalista. São Paulo: Editora WNF Martins Fontes, 2012. Vol II.

MORGAN, Gareth. Imagens das Organizações. 1. Ed. 14. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2010.

MOSCOVICI, Fela. Equipes dão certo: a multiplicação do talento humano. 8. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003


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