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COLUNAS


Mauricio Felício
contato@feliciocomunicacao.com.br

Sócio Presidente da Felício Comunicação, atua em consultoria, gestão e treinamento em comunicação empresarial e Business Intelligence. Formado em Relações Públicas pela USP, onde atualmente participa do programa de mestrado e é Professor conferencista para a graduação, com MBA em Gestão de Comunicação e Marketing pela mesma instituição (USP em parceria com a Florida University)."

 

Lideranças paralelas

              Publicado em 18/10/2013
Falamos de liderança, gestão, comunicação e tantas outras palavras e conceitos comuns como se fossem simples. Como se todos com quem falamos tivessem a mesma visão sobre a profundidade de cada termo. 
 
Mas, para facilitar, pensemos sobre a diferença entre gestão e liderança. Grosso modo, podemos gerenciar recursos quantificáveis. Gerenciamos fluxo de caixa, gerenciamos tempo, gerenciamos tarefas, gerenciamos tantas coisas, inclusive pessoas. Agora pense na liderança. Não lideramos máquinas, não lideramos planilhas. Lideramos sujeitos, lideramos pessoas, lideramos grupos. Lideramos subjetividades e sonhos, para ser um pouco poético.
 
Assim, por mais que seja possível gerenciar pessoas, não é isso que sua equipe espera de você. Seus colaboradores querem ser liderados. Querem ter alguém em quem se espelhar, querem admirar seu trabalho e fazer parte de um grupo de esforços e interesses em alta convergência.
 
E esta gana por ter um verdadeiro líder não é um mero capricho. Não basta ser o gestor de alguém para, automaticamente, tornar-se seu líder. Em outras palavras, se você é o gestor, mas não o líder, alguém está ocupando esse posto. E para complicar um pouco mais, quando um grupo não se espelha em seu gestor, cada indivíduo pode estar buscando um líder diferente, aumentando também as diferenças de conduta e valores entre colegas de área. Percebeu como isso pode ter desdobramentos ainda mais complexos do que uma mera insatisfação. Não é algo simples e muito menos passageiro.
 
Essas lideranças são conhecidas como lideranças paralelas. São desde colegas da mesma equipe com mais relevância simbólica do que o gestor para certos assuntos, até diretores de outras áreas, amigos de outra empresa, um familiar supostamente mais qualificado do que o chefe para indicar como o profissional deve agir. 
 
Acabamos de perceber como uma equipe que tem gestor, mas não tem um bom líder, se configura como a grande Babel. Ao passar pela área, todos sentam em mesas similares, vestem-se de forma homogênea, falam em tons parecidos, mas de forma alguma, no campo subjetivo, estão se comportando como um time.
 
Quando a liderança é posta no nível secundário, a dedicação do colaborador ao grupo também acaba por seguir o mesmo caminho. 
 

E em qual momento a comunicação se torna importante para evidenciar as diferenças entre gestor e líder? Quando a comunicação está no âmbito descritivo, de uma via, no campo da ordem, ou como dizem, no nível de “manda quem pode”; ela apenas informa e tenta controlar. A partir do momento que comunicar se torna agir e servir de exemplo, dialogar e estar presente, em contato verdadeiro, permitindo a participação da equipe e favorecendo fatos comunicáveis, então o gestor está dando os passos mais consistentes para ser reconhecido como um líder.  


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