Grandes Eventos, Pesquisa e Comunicação Corporativa: como evitar a percepção que paralisa oportunidades
Desde o início desse ano as agências, empresas de pesquisa e muitos atores dos setores econômicos – médias e grandes empresas - têm adotado um tom bastante pessimista sobre a performance esperada para 2014, em função da ocorrência da Copa e das eleições presidenciais, exceção feita àqueles cuja atividade-fim pretende beneficiar-se, de forma sazonal, dos acontecimentos.
Estamos a um mês do grande evento do ano e, parece estar claro, que a percepção da paralisação das atividades econômicas contagiou nosso empresariado. Muita coisa há a fazer, mas em comportamento semelhante à antecipação da inflação, que sempre contribuiu para inflacionar os preços, a percepção de que nada pode ser feito nesse período acaba por tornar o temor uma realidade.
Da mesma forma, a recente queda nos índices de popularidade de Dilma Rousseff, candidata da continuidade à presidência do País, acendeu um alerta entre o empresariado que, de forma absolutamente natural, preocupa-se com alternâncias de poder, não com a continuidade. No entanto, o temor que poderia daí provir é, incomensuravelmente, menor que o temor quando da eleição de Lula.
É grande a expectativa sobre os benefícios que a Copa possa trazer à balança comercial do País, uma vez que o tão cantado legado parece ter sido postergado para os Jogos Olímpicos. A paralisação durante o período parece buscar argumentos racionais na paixão do brasileiro pelo futebol e pelo caráter nacionalista do evento. Seria ela inferior à apreciação que tem pelo emprego, fruto da manutenção da atividade econômica? Está na hora de separar as coisas e alocar a Copa ao espaço que merece nas agendas: o do lazer.
Do ponto de vista da pesquisa, os meses de junho e julho podem ser dedicados a consultorias, desk researchs, análises e planejamentos, atividades que independem do clamor nacional. É o momento das empresas aproveitarem a pausa forçada para estabelecer estruturas sólidas para o segundo semestre que, em minha opinião, tenderá a ser economicamente bastante ativo.
Do ponto de vista da comunicação, as empresas devem evitar, a todo custo, a armadilha do espírito do bolão ufanista. Trata-se de um momento ímpar para profissionais da comunicação interna ultrapassaram a simples comunicação de festividades e, criativamente, atrelarem, sua comunicação da Copa às mensagens-chave da empresa, podendo, para isso, demonstrar os desafios a curto, médio e longo prazos (preparando discursos específicos para vitórias e derrotas).
Afinal, empresas não vivem do curto prazo: elas têm por objetivo perpetuar-se, o que significa que estará apta a lidar com vitórias e derrotas, preparando-se, sempre, para os próximos passos.
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