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COLUNAS


Denise Monteiro
denisemonteiro4@hotmail.com

Gestora de negócios na área de Comunicação Empresarial, ministra palestras, cursos e treinamentos na área de comunicação. Atuou em organizações como Grupo Ogilvy, Rede Globo de Televisão, Unilever e Tetra Pak. Foi diretora da D+D Eventos. Foi coordenadora de pós graduação na FAAP; e professora na graduação, pós-graduação e MBA na FAAP e Anhembi Morumbi.
Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Pós-graduada em: Comunicação Empresarial e Gestão de Serviços pela ESPM e no Máster em Tecnologia Educacional pela FAAP. Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

O esporte nos negócios

              Publicado em 04/09/2012
As Olimpíadas de Londres e os preparativos dos eventos esportivos que estão por vir no Brasil estimularam algumas reflexões. Gosto bastante de esporte. Não gosto de fitness em academia (malhar em aparelho). Ambos me provocam emoções distintas. O primeiro encaro como entretenimento, diversão e competitividade. Sinto cuidar da saúde com prazer. O segundo me parece obrigação. É uma opinião pessoal, provavelmente porque fui educada com esporte em casa e na escola. Pratiquei um pouco de tudo. Nunca fui a melhor, mas sempre estava nas boas equipes. Tive aprendizados incríveis sobre postura, estratégia, ataque, defesa, ética e principalmente comportamento humano.
 
Acredito que muitos pensem como eu. Caso contrário, os eventos esportivos não teriam tanta audiência e nem movimentariam tantos recursos.
 
A formação esportiva acrescenta valores e competências preciosos, além da qualidade de vida. Isso é tão importante que atualmente existe um número representativo de atletas (ou ex-atletas) ministrando palestras nas empresas. Apresentam ótimas experiências sobre o caminho do sucesso. Falam até de como transformar a derrota em vitória. Conhecimentos valiosos.
 
Somente entre os mais famosos temos Klever Kolberg, Oscar Schmidt, Bernardinho, Amyr Klink, Luiz Felipe Scolari, Gustavo Borges, Cesar Cielo, Christian Fittipaldi, Gustavo Kuerten, Raí, Hortência, Magic Paula, Larri Passos, Vanderlei Luxemburgo e Lars Grael. Há também os palestrantes jornalistas e comentaristas do esporte. Ou seja, o esporte tem muito a ensinar ao mundo corporativo.
 
O mundo corporativo transformou o esporte em um segmento extremamente rentável. Assim é a vida, uns aprendem com os outros. Porém, obviamente há um porém, fora a exceção de um envolvimento jurídico, o mundo corporativo não tem juiz, nem técnico como no esporte e tão pouco, pelo menos a maioria, exames antidoping.
 
Não ter um juiz significa que as regras nem sempre são escritas e claras. A maioria dos comportamentos são convenções gerais ou das culturas corporativas. Entre o certo e o errado existem variáveis incontáveis conforme a visão de cada profissional, nem sempre habilitado para avaliar em um ambiente, por vezes, tendencioso.
 
Muito se fala sobre coaching. Mas o coaching executivo é diferente do esportivo, que é constante e focado. Mensura performances e resultados avaliando-os em etapas. O coaching executivo é para poucos, enquanto todo atleta ou time tem seu técnico.
 
A existência do antidoping no esporte retrata a busca do alto desempenho de ser o/a melhor. Na competitividade, alguns atletas esquecem a origem de sua atividade na busca desesperada por melhores resultados e sucesso. A cegueira, consciente ou não, provoca um atentado contra eles próprios. Envenenam-se ou permitem o envenenamento.
 
Sem regras claras, o esporte corporativo envolve mais riscos. Regras não necessariamente significam um rigor militar. Podem ser um conjunto de informações para harmonizar a convivência.
 
Estava iniciando o trabalho em uma empresa quando ganhei uma joia de um fornecedor no final do ano. A equipe do SAC, a mim subordinada, que se relacionava com o mesmo fornecedor, também ganhou jóia, de menor valor. Para aquela equipe o presente era muito valioso, proporcionando alegria. A decisão de devolver meu presente estava tomada. No entanto, como recém-chegada, pedir para equipe devolver criaria resistência à minha liderança. Procurei o RH para conhecer as regras. Elas existiam, mas não foram comunicadas. Não poderíamos condenar os funcionários por aceitá-las. Conversei com a equipe esclarecendo a situação. Por não conhecerem as regras poderiam aceitar somente naquela vez. E eu devolveria meu presente com uma carta agradecendo e explicando o problema, como o fiz.
 
Vejo nessa, e em tantas outras, não apenas a ausência e a carência das regras, mas também do juiz, do técnico e do antidoping.
 
Era preciso avaliar o caso com justiça, mas não houve um técnico para orientar a equipe em tempo. A droga foi a tentação e o desejo estimulados pelo fornecedor. O fornecedor era ótimo e não tinha a intenção de causar a polêmica. A parceria resultou em um trabalho social premiado. Desejavam ingenuamente expressar a gratidão pela cumplicidade. Tanto que, mais tarde quando mudei de empresa, enviaram a joia para minha casa com uma linda carta de agradecimento pelo trabalho desenvolvido.
 
Precisamos estabelecer e conhecer as regras para sermos bons juízes, técnicos e enfrentarmos o antidoping com naturalidade.

 


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