Reputação Corporativa Já!
A convite do mestrado de comunicação da ESPM (PPGCOM), participei de uma entrevista com o Prof. Dr. Cees van Riel, consultor holandês, sócio-fundador do Reputation Institute, que atua com reputação corporativa em várias corporações pelo mundo. Após a entrevista, assisti também a aula magna que o Professor proferiu para o Mestrado de Gestão Internacional (PMGI/ESPM), que é ligado a administração de empresas. Sem dúvida ele é uma autoridade no assunto e argumenta com base em pesquisas de boa credibilidade, mas alguns pontos chamaram minha atenção.
Para quem tem boa familiaridade com comunicação corporativa, ele não apresenta um novo prognóstico, já conhecemos os caminhos da boa reputação, o que não significa que é fácil chegar até ela. Mas nesse evento especificamente, fiquei feliz por um curso de administração convidar um profissional de comunicação para aula magna. Isso demonstra que a interdisplinaridade não deve ficar apenas no discurso e sim na atitude.
Segundo Prof. Riel, não é apenas o corpo diretivo que precisa se preocupar com a boa reputação, e sim todo o público interno. Contudo, ele percebe nas Relações Públicas apenas o papel de divulgadora da boa reputação quando afirma que o bom desempenho vem antes das ações de RP. Certamente que RP não atua sozinha, aliás, é exatamente ao contrário. RP precisa não apenas se relacionar, mas se envolver com todas as áreas de uma organização. Precisa conhecer seu funcionamento em detalhes, os aspectos positivos e negativos. Quando olha para dentro da empresa, RP também tem o comprometimento de construir a boa reputação, sem a necessidade de creditar o sucesso a sua área, mas a todos os times. RP não deve apenas receber o produto pronto e passar adiante, caso contrário, correria o risco de atuar na superficialidade. Assessoria de imprensa é apenas mais uma das ferramentas da profissão. RP precisa não apenas participar, mas contribuir com ideias, pois não pode compactuar com reputação de fachada. Vale lembrar que uma das definições de profissão é harmonizar os interesses dos diferentes públicos que envolvem uma organização, tanto para dentro quanto para fora das empresas.
Outro ponto que observei é que o mundo é composto em sua grande maioria por micro e pequenas empresas. Só no Brasil, as micro-empresas (até 10 funcionários) ocupam mais de 92% do mercado de trabalho. E a atuação de reputação corporativa atual é dirigida apenas para as grandes empresas. É certo que as grandes dão exemplos para as menores, mas o fato é que há um longo percurso a seguir ainda. O que é um problema, mas também uma oportunidade.
Uma vez que, como o próprio Prof. Cees diz, que todo público-interno precisa atuar com a boa reputação de uma corporação, penso que esta disciplina deveria fazer parte de cursos profissionalizantes, de empreendedorismo, de graduação, pós-graduação, entre outros. Assim, no futuro, teríamos desde as pequenas até as grandes empresas investindo menos para trabalhar a boa reputação, pois o processo seria mais natural com as pessoas já conscientizadas e o mundo agradeceria a redução de crises e acidentes.
Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje
e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 2377
O primeiro portal da Comunicação Empresarial Brasileira - Desde 1996
Sobre a Aberje |
Cursos |
Eventos |
Comitês |
Prêmio |
Associe-se |
Diretoria |
Fale conosco
Aberje - Associação Brasileira de Comunicação Empresarial ©1967 Todos os direitos reservados.
Rua Amália de Noronha, 151 - 6º andar - São Paulo/SP - (11) 5627-9090