Quanto mais as marcas são reconhecidas e admiradas, maior é a decepção quando uma crise fulminante acontece. Uma crise que atinge a credibilidade e causa estragos na imagem institucional e impacta na confiança na qualidade dos produtos e serviços.
Muitos líderes e gurus da administração já falaram sobre o valor de uma reputação e o preço a pagar quando não só um nome rola escada abaixo, mas toda uma proposta de valor e de gestão fica desacreditada. Podemos dizer que são as leis do mercado funcionando de forma selvagem: enquanto os pontos fortes são destacados, tudo bem! A festa continua gerando expectativas de ganhos futuros e as apostas vão acontecendo. Contudo, quando as coisas vão de mal a pior, o saque na conta corrente da confiança corre depressa demais.
Isso pode acontecer com uma empresa, um produto, um serviço, uma celebridade, um atleta, uma ONG e com os governos e os políticos. Num mundo de marcas que competem não só pela preferência de seus consumidores, mas disputam a admiração de toda a rede de stakeholders, a melhor vacina contra a descrença e a subtração do valor de uma marca é a sustentabilidade. O ponto forte da solidez de um nome tem que ter base numa cultura que se move na direção da sustentabilidade.
Por isso, já não é novidade falarmos em “sustainable branding” ou sustentabilidade da marca. Um compromisso verdadeiro com a responsabilidade ambiental, social, econômica e na governança corporativa capaz de gerar valor compartilhado e de longo prazo. Através não só da comunicação em torno do nome, da marca e seus projetos, suas ofertas e preços promocionais de forma usual, mas de processos administrativos, modelos de aprendizagem, crenças e exemplos. Uma gestão baseada numa cultura que pensa, dialoga, planeja e age de forma sustentável seguindo uma conduta ética, estética e técnica entregando as promessas da sua marca em cada vínculo de sua rede de relações. Simples e complexo. Óbvio e extremamente valioso.
Se o branding se alimenta de uma cultura e uma gestão baseada na busca da sustentabilidade a marca vai ganhar prestígio, valor e confiança. Reconhecidos pelo mercado, assim como pela opinião pública. Os bons exemplos estão nos jornais nos setores de educação superior, de mineração, química verde, cosmética e beleza, máquinas e equipamentos eletrônicos e também de serviços. E eu nem precisei escrever aqui o nome dessas marcas, pois você mesmo (a) leitor (a) já se lembrou de cada uma delas, não é mesmo?