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COLUNAS


Angélica Consiglio
angelica@planin.com

Sócia  diretora da PLANIN, uma das principais empresas de comunicação empresarial do Brasil, e membro do board mundial do Worldcom Public Relations Group, a maior rede independente de empresas de comunicação e relações públicas do mundo. É formada em comunicação social, com ênfase em jornalismo, pela Pontifícia Universidade Católica, e possui mais de 30 cursos de especialização no exterior.

 

Ano Novo: E a comunicação corporativa?

              Publicado em 21/01/2011

A renovação que todos nós brasileiros fazemos em nossas vidas pessoais, por conta do réveillon, deveria ser seguida pelas corporações. Como dizia Carlos Drummond de Andrade, quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente. Mas o que, de fato, as empresas estão fazendo para renovar, revigorar e melhorar sua comunicação corporativa?

É fato que a grande maioria das empresas olha apenas a linha da planilha que registra o custo anual, focando-se no mero cumprimento de suas obrigações. Diferenciação, inovação, trabalho extra ou ações adicionais, nem pensar. Que pena, concordaria o poeta se estivesse vivo.

Na lista de votos positivos - como “paz, amor, saúde, sucesso, etc” - que fazemos para os amigos queridos a cada novo ano, adoraria poder desejar novos horizontes para as empresas, no gerenciamento de suas marcas, de sua imagem e de sua reputação corporativa. As 10 resoluções da comunicação para 2011 deveriam ser algo como:

1.    Ter planejamento anual (poucos têm, de fato)

2.    Pensar e fazer diferente

3.    Trabalhar a comunicação como um todo (e não só propaganda)

4.    Implementar um plano de comunicação integrada e não departamentalizada

5.    Mobilizar o alto comando das empresas para as ações de comunicação, difundindo conteúdo e decisões para todos os funcionários

6.    Escutar, respeitar e valorizar todos os stakeholders, tendo inclusive uma comunicação direta e contínua com eles por meio das mídias sociais

7.    Não ter medo de ousar e inovar, pois criatividade é o que torna as empresas únicas

8.    Investir para que o trabalho de comunicação torne-se, de fato, um instrumento de competitividade

9.    Fazer diferente todos os dias

10.    Enfim, entregar muito mais que a mera obrigação

Na linha do “fazer diferente”, seria perfeito se, em 2011, as empresas olhassem para suas obrigações e entregassem muito mais que o básico e/ou o exigido por lei. Os relatórios anuais, por exemplo, poderiam ser muito mais do que um mero registro burocrático das atividades do ano com um “copy and paste” de alguns gráficos. Poderia ser um resumo inteligente do que a empresa atingiu, de suas conquistas e de ações sociais e ambientais. Poderia tratar de expectativas futuras de uma forma inteligente e agradável, posicionando a empresa num outro patamar. Poderia ser um instrumento de diferenciação, de conquista de prêmios e de reconhecimentos do mercado. Poderia ser feito por especialistas em comunicação e não por financistas. Poderia, sim, reunir tudo isso se tivesse vontade de mudança.

Para muitos, essa postura representaria sair da área de conforto. Muitos dizem “não” antes mesmo de ouvir novas propostas ou de entender os novos desafios ou o novo trabalho. Esse é um grande paradigma a ser quebrado - e não deveria ser assim, já que a comunicação é uma das áreas mais pulsantes, sensíveis e movimentadas das empresas.

Vejo que para que as empresas mudem suas atitudes em relação à comunicação corporativa é necessário que sejam empurradas por ondas externas. A onda da responsabilidade social foi rapidamente aceita porque a maioria dos prêmios anuais fornecidos a grandes corporações passou a pontuar esse item como algo básico. A onda da governança corporativa veio e ficou, pois as empresas viram que sem instrumentos de controle estariam sujeitas a escândalos e fadadas até ao desaparecimento.

Tomara que 2011 seja o ano da onda da comunicação corporativa 2.0 e que as empresas passem a trabalhar num novo patamar de qualidade. Uma boa comunicação não está disponível na prateleira de uma loja para ser comprada. Por ter um DNA único, precisa, para se desenvolver, ser regada todos os dias por profissionais diferenciados sem medo de agir e de mudar mas, principalmente, de sonhar com novos horizontes para suas organizações.

Que após as comemorações de passagem de ano as empresas acordem para esse novo cenário e dediquem-se mais a gerenciar suas marcas (o seu bem mais precioso). Que 2011 seja o início de um novo ciclo. Que a onda da comunicação venha para ficar nas empresas e que este ano seja marcado por inovação, criatividade e diferenciação.


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