Comunicação para a defesa civil
Defender a vida humana e respeitar os limites que a natureza nos impõe é fácil de falar, mas difícil de colocar em prática. Diante de uma tragédia como a da região serrana no estado do Rio de Janeiro, comparável, pelo seu nível de destruição, ao terremoto do Haiti, percebemos que as fronteiras políticas, as divisões entre classes sociais e as ordenações dos traçados de arquitetos e urbanistas simplesmente não existem. Num momento de fúria e caos, a sensação que fica é de impotência diante de um fenômeno natural cuja força destruidora não respeita qualquer regra criada pelos homens.
Mas a pergunta aqui é como a comunicação pode ser usada para facilitar a defesa civil em tais situações?
Como primeiro passo preventivo, acredito na leitura de cenários com permanente integração de informações e dados, consultas e entrevistas com moradores e técnicos. Um trabalho proativo. Em qualquer estratégia de prevenção ou identificação de riscos é tarefa inerente ao perfil do comunicador saber reunir informações para enfrentar possíveis cenários de crise. E apresentar modelos específicos para cada nível de crise – sempre articulando os atores envolvidos de acordo com seus papéis e responsabilidades.
Outra questão fundamental: não ficar na dependência de verbas. Ter criatividade para “fazer mais com menos” (ou “menos com quase nada”) diante de orçamentos minguados. Para isso, um plano deve ser feito com a colaboração de diferentes públicos: desde autoridades, empresas e população (incluindo aqui, necessariamente, moradores de comunidades remotas, espalhadas, como no caso de Friburgo, Teresópolis e Petrópolis, entre seus vales e montanhas). Ou seja, o comunicador deve ser um profissional multidisciplinar e sempre atento, lançando mão até de velhos recursos - muitas vezes esquecidos em tempos onde a alta tecnologia é dimensão quase obrigatória.
Para ilustrar, cito um bom exemplo da comunicação na defesa civil feita no município de Areal, também na região serrana do Rio de Janeiro. Diante de tantas notícias ruins, é importante citar que, nesse município o uso de um carro de som correndo pelas ruas da cidade e alertando moradores próximos aos rios para uma imediata evacuação – antes da chegada da tromba d´água, foi de uma eficiência preciosa para salvar vidas humanas. O bom e velho megafone no teto de uma viatura oficial pode ter sido o meio fundamental para que a cidade não registrasse uma só fatalidade em meio à colossal catástrofe fluminense.
A comunicação para a defesa civil pode e deve ser prática, imediata, simples e dirigida conforme cada
segmento de público com o qual se interage. Contudo, assim como outras soluções depende sempre de gestores e administradores preparados para agir com competência quando a gravidade da situação assim exigir.
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