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COLUNAS


Denise Monteiro
denisemonteiro4@hotmail.com

Gestora de negócios na área de Comunicação Empresarial, ministra palestras, cursos e treinamentos na área de comunicação. Atuou em organizações como Grupo Ogilvy, Rede Globo de Televisão, Unilever e Tetra Pak. Foi diretora da D+D Eventos. Foi coordenadora de pós graduação na FAAP; e professora na graduação, pós-graduação e MBA na FAAP e Anhembi Morumbi.
Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Pós-graduada em: Comunicação Empresarial e Gestão de Serviços pela ESPM e no Máster em Tecnologia Educacional pela FAAP. Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Você é mesmo especialista em algo?

              Publicado em 16/06/2010

No país onde milhões são especialistas em futebol, com a capacidade de escalar times, definir estratégias e ter certeza sobre o que um jogador pensou exatamente no momento do chute, fico intrigada com a palavra especialista. Especialista é um tipo de perito que se dedica com exclusividade a determinado campo de estudo. Para isso precisa ter uma formação específica e experiência no assunto para dominar teoria e prática. Com base neste conceito, em relação ao futebol descartamos a grande maioria dos especialistas que não possuem a experiência prática, pois pelada não conta como profissional.

Bem, talvez futebol não seja um bom exemplo, mas o fato é que no mundo da subdivisão fragmentada é curioso como alguns profissionais se auto-intitulam especialistas em algo. Pelo menos é o que consta nos mini currículos muito bem escritos. Esta palavra “especialista” tem me incomodado ultimamente. Sem dúvida conheço, reconheço e admiro profissionais de notável saber que fazem a diferença. Com esses quero muito aprender. Mas a questão é que com certa frequência tenho me decepcionado com palestras ou declarações de alguns ditos especialistas. Percebo mais uma boa facilidade de argumentação e articulação que sensibiliza e até emociona, mas quando se espreme o conteúdo qual a reflexão que se extrai? Não basta ser informado, se a informação não for transformada em conhecimento, a comunicação não faz sentido.

Outros são divertidos, proporcionam boas risadas, saímos leves, de bom humor, mas ao lembrar sobre o tema da apresentação, percebe-se que pouco se aprofundou. Ainda existem os especialistas conceituados que somos seduzidos a vê-los em um congresso, por exemplo. Às vezes paga-se caro, desmarca-se compromissos e ao chegar ao local, assistimos uma divulgação da empresa do palestrante. Neste caso, qual seria mesmo a especialidade? A de se vender ou sobre o foco do tema?

Quantas vezes somos invadidos pelo sentimento de vergonha alheia quando o especialista não sabe responder algo? Aliás, não saber responder não é problema, desde que se diga francamente. Enrolar a platéia é problema. Pois o público deseja aprender. Talvez tenha lá no meio alguém que queira ser um especialista também, ou não.

Para de fato se vender como especialista, não basta apenas acreditar ser um, mas sim ser reconhecido como tal. Forma e conteúdo, teoria e prática, imagem e percepção precisam estar alinhados com equilíbrio. Dominar e não saber transmitir, não adianta. Assim como ter ótima oratória com conteúdo raso, também decepciona. A preocupação com o saber deve ir além das instituições de ensino. O segmento de eventos também deve zelar pelo conteúdo que oferece. Ele precisa, no mínimo, corresponder ao que foi divulgado.

Várias vezes são negociadas apresentações prontas, sem a devida adaptação ao público interessado. Em casos assim, tanto o palestrante quanto o organizador são os responsáveis.

A multiplicação de consultores oriundos da transformação de emprego para trabalho, a necessidade de divulgação das atividades e a concorrência entre si, geram a rala consciência da qualidade de contribuição que deve ser dada à sociedade. Um consultor é contratado por seus conhecimentos em sua especialidade. É um agente de mudanças. Empresas tomam grandes decisões com base em pareceres de consultores. Um especialista para sobreviver no mercado mais competitivo do país precisa de credibilidade. Esta é construída com os resultados positivos de seu trabalho. Nesta área de atuação o boca a boca é gigante, que vale tanto para a indicação quanto para a desqualificação. Logo, um profissional que deseja uma carreira promissora, precisa pensar em longo prazo. Se deseja colher frutos, é melhor saber cultivá-los.


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