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COLUNAS


Denise Monteiro
denisemonteiro4@hotmail.com

Gestora de negócios na área de Comunicação Empresarial, ministra palestras, cursos e treinamentos na área de comunicação. Atuou em organizações como Grupo Ogilvy, Rede Globo de Televisão, Unilever e Tetra Pak. Foi diretora da D+D Eventos. Foi coordenadora de pós graduação na FAAP; e professora na graduação, pós-graduação e MBA na FAAP e Anhembi Morumbi.
Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Pós-graduada em: Comunicação Empresarial e Gestão de Serviços pela ESPM e no Máster em Tecnologia Educacional pela FAAP. Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Crise X Visibilidade X Capitalismo

              Publicado em 22/04/2010

Terremoto, vulcão em erupção, tsunami, maremoto, furacão, ciclone. Com todo desenvolvimento tecnológico, estes fenômenos nos surpreendem cada vez mais. Demonstram nossa incapacidade em preveni-los ou gerenciá-los. Quanto mais nos preparamos, mais somos surpreendidos. Estudamos, aprendemos e conseguimos contribuir para algumas tragédias acontecerem. O que falta?

É curioso observar a solidariedade das sociedades no pós tragédia, mas e no pré? Por que não conseguimos ter a mesma atitude na prevenção? Somos movidos por um sentimento falsamente otimista de que ao pensar em futuros problemas somos pessimistas. Não é bom “chamar os problemas”. Mas o que é então prevenir, senão analisar as tendências, planejar e estabelecer as ações a curto, médio e longo prazos? Temos síndrome de heróis, gostamos de salvar, mas não de evitar.

Existem ótimas iniciativas, muitas vezes conhecemos até as soluções, mas estas ainda são pouco representativas diante dos problemas que se agigantam.

Não sei de quem é a frase “melhor prevenir do que remediar”, somos uma sociedade de remediação, mas o remédio sequer tem base científica, tem base política. As tragédias têm sido usadas para visibilidade, como sempre foram. Por um lado os gestores vítimas e pelo outro, os críticos dos gestores, mas há mídia para todos. A matéria de capa da revista Veja (edição 2170, ano 43, nº 15 de 14/04/2010) da semana anterior também retrata isso. Aborda a “política criminosa de dar barracos em troca de votos”.

A questão é que este comportamento não é apenas dos políticos, é praticamente cultural em virtude do educacional. Os apolíticos ou os críticos de políticos também são ausentes ou em alguns casos até oportunistas. Michael Moore, por exemplo, encontrou na crítica da crise sua brecha para visibilidade e lucratividade. Reconheço seu valor e contribuição. Mas no documentário “Capitalismo: Uma História de Amor” a sensação é que faltou ouvir a comunidade científica. Faz crítica ao capitalismo se aproveitando dele. Talvez tenha se encantado pelo segmento dos problemas esquecidos gerado por gestores nada visionários. A denúncia sem dúvida é importante, mas transformá-la em série sem dar a qualidade necessária, parece time líder de campeonato que entra em campo acreditando que o jogo está ganho. É um risco.

Somos como Psique, com as falhas da alma em oposição às perfeições do corpo, que de uma hora para outra, mesmo com tanta beleza, capaz de causar ciúme até em Afrodite, deixou de despertar o desejo dos homens. No entanto, tendo o deus do amor Eros ao seu lado, acreditava ser ele uma serpente e traiu sua confiança. Psique perdeu tudo o que tinha e conheceu o inferno. Mas teve humildade para se arrepender, pedir clemência e passar por árduas tarefas para recuperar seu amor.

E nós? E os políticos? Será que temos esta capacidade? Será que temos este tempo? Um viva para quem consegue!


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