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COLUNAS


Denise Monteiro
denisemonteiro4@hotmail.com

Gestora de negócios na área de Comunicação Empresarial, ministra palestras, cursos e treinamentos na área de comunicação. Atuou em organizações como Grupo Ogilvy, Rede Globo de Televisão, Unilever e Tetra Pak. Foi diretora da D+D Eventos. Foi coordenadora de pós graduação na FAAP; e professora na graduação, pós-graduação e MBA na FAAP e Anhembi Morumbi.
Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Pós-graduada em: Comunicação Empresarial e Gestão de Serviços pela ESPM e no Máster em Tecnologia Educacional pela FAAP. Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Os comerciais de margarina estão mudando...

              Publicado em 17/03/2010

A expressão “propaganda de margarina” tornou-se popular. É sinônimo de lar perfeito, não sabemos de quem seria este ninho, mas ele é perfeito. Talvez fosse da Cinderela com seu príncipe, “foram felizes para sempre”. Ah, como seria bom viver num comercial de margarina...

As historinhas infantis, apesar de algumas tentativas baseadas em psicologia moderna, evoluíram pouco. As novas gerações continuam procurando utopicamente seus príncipes. Muito embora o cavalo branco não seja mais o transporte ideal. O veículo almejado se renova anualmente, conforme os lançamentos. Pode ser um helicóptero, iate ou jatinho também. Quem sabe um passeio pela órbita terrestre?

Quanto a mudanças da tecnologia, melhor nem comentar, pois somente no tempo de escrever este artigo, já devem existir um milhão de inovações as quais desconheço.

Voltando ao mundo dos pés no chão, os comerciais de margarina demoraram muito para evoluir, existiam algumas tentativas interessantes, mas todas remetiam ao mundo fantasioso, que mais nos chamava a atenção pelo que não tínhamos, nos excluindo do seleto grupo dos que são felizes 24 horas. Era melhor comer manteiga ou requeijão...

Recentemente, como em outros países, a Nutella também está se vendendo no café da manhã, para ampliar o problema dos glutões.

Mesmo a graça de uma garotinha cantarolando era interessante pelos dengos da criança, mas também remetia ao sonho que nunca conseguimos atingir. Ou será que existia alguma margarina mágica que não comprei e por isso fiquei de fora do paraíso? Se esta existisse, imaginem a quantidade de dependentes químicos de margarina? Não, ela não existe! Caso contrário custaria uma fortuna e a indústria farmacêutica já teria se apossado da fórmula.

Obviamente que ninguém iria fazer um anúncio de margarina, ou de qualquer outro produto, com as lamentações da vida. Até porque para isso não se precisa do intervalo comercial, basta assistir aos jornais e seria a antipropaganda. Mas o elo com a realidade é importante. O consumidor aprende e evolui.

Recentemente a Sadia, através da marca Qualy, em campanha criada pela DPZ, provou que é possível fazer um excelente trabalho com a realidade da vida.  De forma leve e bem humorada, um dos anúncios aborda uma mãe apresentando o novo namorado para o filho, que incorpora o “homem da casa”.

Esta campanha indica um modelo mais atual de família, aquela que tem problemas, mas os encara e segue em frente, tudo dentro da normalidade. Estabelecendo afinidade, a marca se aproxima mais do consumidor, que se identifica com o produto. Comunicação bem feita, usa a verdade como estratégia. Esta sim aproxima as pessoas. Propaganda enganosa, assusta e espanta o consumidor que repudia o produto e se torna um divulgador de imagem negativa.

A família contemporânea brasileira está salva, agora também faz parte das propagandas de margarina. Estão incluídas no mundo dos normais. Não são felizes 24 horas, mas vivem seus bons momentos.

Agora sim a vida pode se tornar uma delícia! Ops...
 


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