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Nádia Rebouças


Diretora da Nádia Rebouças Consultoria, empresa de consultoria de comunicação para transformação de organizações. Trabalha para empresas e ONGs, além de ser professora e palestrante.

Nova Liderança

              Publicado em 11/02/2010

Os sinais vieram devagar. Aos poucos a demanda cresceu para projetos empresariais onde a liderança ganha foco. Há anos nas ONGs esse tem sido o tema e justifica o crescimento da Ashoka e da Avina no Brasil e no mundo. O investimento tem sido nos empreendedores sociais, em líderes que pensem e atuem na sociedade construindo um mundo diferente. As necessidades de transformação cresceram. As notícias foram ganhando espaço e credibilidade.

Desde a Eco 92, sabemos das ameaças do aquecimento global. Na ocasião, uma adolescente canadense convidou líderes do mundo todo a reformular suas atitudes e valores. O filme, que está disponível no Youtube (www.youtube.com:80/watch?v=5g8cmWZOX8Q), levou um parceiro jovem da R&A a nos perguntar outro dia: “Por que não muda?” Muda. Vai mudando. A “ficha” vai caindo aos poucos...até que cai a “jaca”. É esse o momento que estamos vivendo. Nós, pessoalmente temos horror à mudanças. Imaginem então o medo estendido a toda uma civilização? Imaginem o medo daqueles que, de certa forma, controlam o mundo quando percebem que terão que encontrar outras formas de fazer?

Vivemos nos últimos 20 anos o processo de avanço de uma nova consciência. Nesse momento, a nova realidade se impõe, ganha a mídia e os movimentos de transformação se acentuam. As mudanças acontecem em ondas. E sempre, quando a onda vai e vem, alguns passos são dados na direção do novo.

A consciência de que a nova empresa, comprometida com o desenvolvimento sustentável e que já tem o seu risco medido na Bolsa de Valores, levou os RHs e profissionais de responsabilidade social a investir numa nova liderança empresarial. Na prática há uma nova liderança na sociedade, influenciando as cidades, os Estados o mundo. São os formadores de opinião.

Assim nascem projetos nas empresas que nunca cheguei a sonhar. A comunicação ganha mais importância, não só temos muito mais cuidado e estratégias para construir os veículos internos de comunicação, mas também fornecemos informações mais transparentes, educamos.

Para as empresas com olho no futuro, está cada vez mais claro que planilhas de excel, manuais, códigos de ética não dão conta de anos de uma cultura coorporativa burocrática, hierárquica, autoritária e que despreza o potencial humano. Precisamos mudar o estilo de nossas lideranças. Mexer com os sentires e pensares.

Acreditar em treinamento, em adestramento, silêncio e obediência sem reflexão, não mais são receitas de sucesso. Uma empresa não se prepara para o mundo de hoje, matando a auto-estima de seus empregados e impedindo a criatividade. É cada vez mais necessária uma liderança que gere motivação para colaborar, converse com empregados, estimule a autocapacitação, converse com suas comunidades de influência, para dar conta do mínimo exigido para uma empresa socialmente responsável. Comunicação face a face virou uma nova onda. A onda que vem depois de termos nos entregado aos fios, teclados, visores, celulares... Podemos agora colocar a tecnologia no seu devido lugar. O fascínio vem diminuindo para muitos e deixou novos desejos: apetite para o diálogo, por estar junto, por se cumprimentar nos elevadores, por poder olhar outro simplesmente, conversar.

Investir no desenvolvimento humano, no empreendedorismo, na nossa capacidade de sonhar um futuro diferente que respeite a vida, está ganhando sócios. Tenho visto muita liderança empresarial completamente deslumbrada por perceber que podem SENTIR. Com o tempo, talvez muitos outros possam descobrir felicidade no trabalho.



Recomendações:

BOHM, David. Diálogos: comunicação e redes de convivência. São Paulo: Palas Athena, 2008.

COOPERRIDER, David L; WHITNEY, Diana. Investigação Apreciativa: uma abordagem positiva para gestão de mudança. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.
 


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