Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura
Há um mês, representantes do setor privado e da sociedade civil (1) lançaram a “Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura”. Como celebrou o Instituto Arapyaú em recente newsletter, trata-se de “uma ótima notícia para o Brasil e para o mundo, em num ano decisivo para o tema das mudanças climáticas”.
Recentemente, cientistas de mais de cem países reuniram-se em Paris, entre 7 e 10 de julho, para discutir as alterações climáticas e propor um calendário para a diminuição de gases de efeito estufa (GEE), em evento preparatório para a 21ª Conferência da ONU sobre mudanças climáticas (COP 21), que ocorrerá na mesma cidade, em dezembro. O objetivo dessa iniciativa de alcance global é promover um novo acordo de forma a reduzir de 40% a 70% as emissões de poluentes causadores do efeito estufa, até 2050.
Tendo em vista o malogro da “Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas”, de Copenhague, em 2009, e a tibieza da agenda brasileira nessa conferência, o Brasil precisa ter papel preponderante em Paris, assumindo a liderança nesse debate. E propondo um modelo de economia de baixo carbono, uma vez que possui a segunda maior área florestal do planeta, o maior estoque de biomassa, além de despontar entre as principais lideranças mundiais na produção de alimentos.
Nesse contexto de grandes transformações, a coalizão definiu quatro princípios que deveriam orientar a agenda brasileira no debate. São eles:
Dentre as propostas apresentadas a representantes do Poder Executivo, a coalização recomenda maior controle sobre a exploração e manejo de áreas florestais, eliminando a extração e o comércio ilegais de madeira (que ocorrem, especialmente, em áreas que deveriam ser preservadas). No caso do agronegócio, por sua vez, a coalizão sugere que a agenda governamental inclua incentivos para a recuperação de áreas degradadas para a produção de alimentos (com a adoção de técnicas que aumentem a produtividade e, ao mesmo tempo, diminuam a emissão de GEE); a criação de um cadastro federal integrado sobre o direito ao uso da terra e um plano de regularização fundiária e ordenamento territorial.
Como se vê, trata-se de iniciativa sem precedentes, reunindo organizações que, até recentemente, não dialogavam em torno de uma agenda econômica e socioambiental viável. Para o bem-estar da sociedade. E de nosso futuro comum.
Essa é a causa. Estou nessa. Vamos juntos?
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