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Rodolfo Witzig Guttilla


Sócio-diretor da CAUSE, agência de advocacy e defesa de interesses públicos. Foi presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, presidente executivo da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD) e primeiro vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Foi diretor de Comunicação da Natura. Presidiu e foi conselheiro de organizações internacionais, como Union for Ethical Biotrade, Global Reporting Initiative e World Federation of Direct Selling Association.

Prestação de contas

              Publicado em 22/06/2015

Na última semana, participei de dois importantes marcos para o aperfeiçoamento de instituições que defendem os direitos civis, a liberdade de expressão e a construção da cidadania.

Promovidos pela Global Reporting Initiative (GRI), organização não-governamental que tem por missão definir padrões internacionais de relatos de sustentabilidade, e contando com o apoio do Instituto de Verificação da Comunicação (IVC), os eventos marcaram o lançamento das versões em português dos “Suplementos setoriais GRI” para ONGs e organizações, empresas e veículos que atuam nos campos da comunicação, informação e entretenimento – um segmento amplo que inclui associações de classe, veículos de comunicação (impressos ou em meios digitais), editoras de livros e publicações, agências de relações públicas e publicidade, produtoras de filmes e de videogames, entre outros.

Em síntese, as publicações da GRI recomendam que essas organizações informem sua missão, estratégia, públicos de interesse, planos de ação, metas e resultados (por meio de indicadores de processo e de resultado) nas perspectivas econômica, social e ambiental.

O leitor familiarizado com o tema, sabe que, desde o final dos anos 1990, a GRI tem por missão apoiar organizações do primeiro, segundo e terceiro setores a divulgar seu propósito, suas práticas de governança e seus resultados. Atualmente, as diretrizes da GRI são adotadas por centenas de organizações – especialmente por indústrias, que geram impactos relevantes em suas cadeias produtivas. Raríssimas ONGs e empresas de comunicação, informação e entretenimento no Brasil divulgam seus impactos na sociedade. Nesse sentido, as diretrizes setoriais recentemente divulgadas são de grande relevância.

Ao longo da discussão sobre a adoção de padrões internacionais de comunicação de resultados por ONGs, ficou claro (ao menos para este mediador), que os processos de governança dessas instituições precisam evoluir significativamente: as equipes que estão à frente de instituições da sociedade civil devem participar de forma mais ativa no planejamento estratégico; e ter em mente quais são os desafios, as metas e os resultados a serem atingidos a cada novo ciclo – no curto, médio e longo prazos. Sem esse conhecimento e adesão, fica difícil engajar e mobilizar as equipes para a consecução dos resultados (e ainda mais difícil comunica-las).

No campo das empresas midiáticas, o suplemento da GRI recomenda que empresas produtoras de conteúdo, conhecimento, relações públicas,  publicidade e entretenimento, entre outras, comuniquem seus impactos econômicos, sociais e ambientais e informem também o seu brain print – ou seja, a “pegada” de consciência que deixam em seus públicos, por meio de seu compromisso com a independência, a liberdade de expressão, o pluralismo, a educação, a vigilância dos poderes constituídos, e a sustentabilidade, dentre outros aspectos.

Esse compromisso deveria ser adotado por associações de classe; veículos de comunicação (impressos ou em meios digitais); agências de relações públicas e publicidade; editoras, produtoras de filmes e de videogames, entre outras.

Vamos nessa? 


Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 1157

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