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COLUNAS


Denise Monteiro
denisemonteiro4@hotmail.com

Gestora de negócios na área de Comunicação Empresarial, ministra palestras, cursos e treinamentos na área de comunicação. Atuou em organizações como Grupo Ogilvy, Rede Globo de Televisão, Unilever e Tetra Pak. Foi diretora da D+D Eventos. Foi coordenadora de pós graduação na FAAP; e professora na graduação, pós-graduação e MBA na FAAP e Anhembi Morumbi.
Graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas. Pós-graduada em: Comunicação Empresarial e Gestão de Serviços pela ESPM e no Máster em Tecnologia Educacional pela FAAP. Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing.

Yoani e a nossa pouca abertura ao Diálogo

              Publicado em 25/02/2013
Não sigo os perfis de Yoani Sánchez nas redes sociais. Nunca li em profundidade o que ela escreve. Mas, obviamente, sei quem ela é e o que ela faz. Sei também dos boatos sobre um suposto financiamento americano para que ela fale mal de Cuba e do suposto plano cubano para denegrir a imagem dela. Quando ouço tais boatos sinto-me como se estivéssemos, ainda, em plena Guerra Fria e discutindo o sexo dos anjos. 
 
Mas este artigo não é para falar sobre as minhas impressões sobre a Guerra Fria do século passado. Quero falar sobre a nossa pouca abertura ao diálogo, ao conviver com o outro, com o diferente, ainda em vigor nos dias de hoje. 
 
Se Yoani é fanfarrona ou não, não importa. Se Yoani é paga por quem quer que seja para falar mal de Cuba, não importa. Se ela ganha muita grana e sua vida não é em nada parecida com a vida dos cubanos que ela denuncia, não importa. Yoani é útil para a Democracia e para o mundo, pois precisamos ter em todas as partes pessoas contra e a favor de seus governos.  E se Yoani é um fenômeno de marketing, que aprendamos algumas lições com ela. 
 
Em Estados democráticos, o diálogo precisa estar sempre aberto para que as pessoas formem as suas opiniões de modo independente. Diálogo significa dar espaço para que opiniões sejam manifestadas, contra e a favor, gostemos ou não do que está sendo dito. Quando há diálogo, há possibilidade de discussão, as “verdades” aparecem e as mudanças sociais e culturais necessárias podem acontecer. Quando há diálogo não há espaço para imposições unilaterais. 
 
Esta realidade ainda está muito longe da nossa. Aqui não sabemos conviver com os que pensam diferente de como pensamos. E, em vez de abrirmos espaço para o diálogo, atacamos. Não, não são todos os brasileiros. Mas, a parte dos brasileiros que, em 2013, toma atitudes como a de impedir a exibição de um filme, do mesmo modo como os militares fizeram nos Anos de Chumbo, é a que acaba prevalecendo nas coberturas jornalísticas. E é essa a imagem que se faz do Brasil no mundo.  Lamentável. 
 
Por que tanto auê com a moça? Deixemos que ela fale o que quiser, ninguém é obrigado a tomar nada como verdade absoluta. 
 
Que bom seria se os brasileiros defensores de Cuba cuidassem da imagem do Brasil do mesmo modo como cuidam da imagem de Cuba. Mas é difícil ver um brasileiro (seja ele pró Cuba ou não) defender a imagem de seu país.
Que bom seria também ver os brasileiros mais abertos ao diálogo. Queria ver pessoas expondo opiniões contra e a favor de todos os assuntos sem censura. Isso contribuiria muito para o nosso desenvolvimento humano. E há bastante espaço para que todos os setores da economia liderem diálogos mais abertos com a população. Todos ganhariam no longo prazo. Até mesmo em Reputação.

Os artigos aqui apresentados n�o necessariamente refletem a opini�o da Aberje e seu conte�do � de exclusiva responsabilidade do autor. 3907

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