Você cuida do fígado de seus empregados?
Permitam-me um título pouco tradicional para uma coluna de comunicação empresarial aqui no site da ABERJE, mas nas próximas linhas eu já esclarecerei a provocação.
Pensar a empresa, seja ela de controle estatal ou surgida a partir da livre iniciativa, não deve ser tarefa para quem enxerga as coisas somente através de uma lógica mecanicista. Organizações humanas não são como um relógio ou um fotocopiadora, nem tampouco como uma grande geladeira cheia de latas de cerveja. Também não é um amontoado de cabides de emprego.
As empresas são organisamos vivos, redes biológicas feitas por cada pessoa que dá vida à organização na qual trabalha. Olhar a empresa como um sistema vivo permite a percepção de vínculos entre o racional e o emocional, a flexibilidade e a evolução, a capacidade de inovação metabólica e o desejo de crescer, multiplicar. Olhar a empresa e sua marca como um elemento repleto de vida, gera uma proposta de plano de trabalho movido pela energia das pessoas que ali se encontram, trocam, conversam e produzem. A empresa enquanto biologia dinâmica e não como um agregado de recursos humanos e matérias primas ganha muito mais sentido num tempo no qual o planeta já nos desafia com suas mudanças climáticas e o ambiente não suporta mais ser tratado como lixeira e depósito de resíduos, sobras e desperdícios.
Por isso, a pergunta acima faz sentido sob o olhar atento do comunicador interno: o fígado é o órgão que nos faz responder aos estímulos emocionais, às raivas, aos desequilíbrios, os ressentimentos e também alegrias, encantamento e entusiasmo. O fígado é como um termômetro de nosso equilíbrio emocional, segundo a medicina chinesa e outras correntes mais holísticas de saúde. Questões ligadas ao fígado são de falta ou excesso de energia circulante, imaginem! Ou seja, esse órgão é ligado a tudo o que nos motiva no dia a dia do trabalho, bem como na possibilidade de expressar sentimentos, de rir, chorar. E aqui entram a comunicação interna e a abertura para o feedback permanente, o diálogo entre funcionários, empregados, lideranças. Chefes, times coligados e subordinados terceirizados, além de familiares, sindicatos e outros stakeholders fundamentais.
O problema é que se você só enxerga a empresa como uma máquina, não vai ter tempo nem espaço para o fígado, nem para o coração (será que é por isso que muito executivo morre infartado?). Muito menos para o espírito! Mas esse já é outro patamar de consciência organizacional.
Portanto, pergunta válida para a sua próxima reunião sobre clima de trabalho, great place to work e comunicação interna enquanto ferramenta de gestão de pessoas: como vai o fígado dos nossos funcionários? Há espaço para se falar nisso?
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