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Do giz ao tablet: é hora de criativar e tornar a escola ainda mais viva

01/06/2015

Se o foco do evento era ampliar, sob o viés de comunicação, uma discussão sobre como as escolas trabalham as inovações com seus diferentes públicos, explorando os novos caminhos educacionais, parece que o objetivo foi alcançado. Conversas de alto nível sobre como a comunicação pode contribuir para inovar o sistema educacional no Brasil foram a base do 2º Encontro Setorial de Educação na Aberje. A iniciativa reuniu profissionais do Instituto Alana, da Escola Viva e da Agência Santo Caos no dia 26 de maio de 2015 no Espaço Sumaré em São Paulo/SP.

 

 

Guilherme Françolin, sócio-diretor da agência Santo Caos, deu início à apresentação das ideias. A Santo Caos é uma consultoria de engajamento para instituições entenderem e engajarem funcionários, clientes, fornecedores ou a comunidade ao seu redor. Seu foco está na solução de problemas relacionados à comunicação e à estratégia de mercado das empresas, além de encontrar nichos de mercado e desenvolver produtos e soluções. Ele esteve no evento para apresentar alguns insights do documentário “Do Giz ao Tablet: por que a tecnologia não mudou a educação”, e atestou que pessoas não engajadas afetam diretamente o resultado final do negócio ou da causa – portanto, descobrir os motivos deste afastamento de propósitos é fundamental.

Em sua visão, nas últimas décadas as gerações passaram por grandes mudanças comportamentais e de valores. Essas transformações refletiram também na educação, fazendo com que os públicos envolvidos com o ensino, sejam escolas, diretores, gestores, pais, ou alunos ficassem insatisfeitos com o que é aplicado. A partir desse pressuposto, a consultoria coletou mais de 100 horas de depoimentos e gerou um vídeo documentário de 35 minutos para apontar os principais problemas do modelo de ensino atual e discutir o que a tecnologia deveria proporcionar.

 

 

Em geral, foi possível perceber a oferta de conteúdos sem aplicabilidade na vida cotidiana, descolados das expectativas de pais e alunos, que não sabem como cobrar mudanças. Há diversas competências fundamentais que não são ensinadas em nenhuma instituição convencional, como capacidade de falar em público, habilidade de trabalhar em grupo e estímulo para liderança. A imersão em tecnologia não é suficiente para pressupor uma evolução, porque o importante é saber utilizá-la em processos de aprendizagem coletiva. Até porque, embora possa significar um aparato que permite quebrar fronteiras e ampliar alcance a conhecimento e interação, a tecnologia também é um mecanismo potencial de dispersão de atenção. Françolin debateu diferenças geracionais na relação com o mundo e com o ensino e elencou os indicadores de escolha da escola hoje em dia: iniciado pela proximidade geográfica, seguido de preço e depois qualidade.

Carolina Pasquali, Diretora de Comunicação do Instituto Alana e responsável pelo projeto Criativos da Escola, deu sequência às atividades do encontro na Aberje. O Instituto Alana, apoiado no tripé inovação, comunicação e advocacy, quer mobilizar a sociedade para os temas da infância. Nasceu há 20 anos atuando no Jardim Pantanal, uma comunidade vulnerável do extremo leste da cidade de São Paulo. Com o tempo, ampliou seu escopo de trabalho e hoje tem sete projetos próprios e quatro realizados com parceiros.

 

 

O projeto Criativos da Escola é um movimento global que encoraja crianças e adolescentes  transformarem suas realidades, colocando-os como protagonistas de suas próprias histórias de mudança. Está baseado na proposta do Design for Change, criado por  Kiran Bir Sethi, e está presente em mais de 30 países. Empatia, protagonismo, criatividade e trabalho em equipe são os pilares centrais para estimular o engajamento e a atuação na comunidade. A proposta está dividida em quatro passos: Sentir, Imaginar, Fazer e Compartilhar, e basicamente busca um empoderamento para mudar a expressão recorrente de “Can I?” para “I can”. Carolina apresentou o Desafio Criativos da Escola, que vai reconhecer e celebrar  as histórias de  transformação que estão acontecendo em todo o Brasil, inspirando cada vez mais gente para se unir a esse movimento. Os autores (crianças e adolescentes) e educadores responsáveis pelos cinco melhores projetos serão premiados. “A ideia é torná-los protagonistas, usando a comunicação para gerar novas narrativas”, pontua.

 


 

Ana Lucia Figueira da Silva, Coordenadora Pedagógica da Educação Infantil, e Kika Almeida Mendes, Coordenadora de Comunicação, ambas da Escola Viva Infantil, Ensino Fundamental e Médio, finalizaram as apresentações. A Escola Viva é uma instituição privada de educação com 40 anos de experiência. Durante esse percurso, desenvolveu um crescimento coerente e centrou seu propósito em formar pessoas com competência e sensibilidade para compreender e produzir conhecimento em ambientes colaborativos e gerar soluções inovadoras que considerem a imprevisibilidade, a complexidade e a diversidade do mundo contemporâneo. Agrega mais de 1800 alunos. Ana Lucia explica que a proposta é mobilizar as pessoas para explorar ao máximo seu potencial de aprendizagem e criatividade, construir suas próprias trajetórias e desenvolver práticas de sustentabilidade. “É um projeto grandioso e utópico, mas é disso mesmo que deve viver a educação”, diz.

Uma agência de design, parceira da Escola, participa até do projeto pedagógico e consegue dar forma ao propósito da instituição em todos os seus materiais. “A forma de comunicar precisa expressar o jeito que somos”, entende Kika. Até as datas comemorativas que geram eventos de relacionamento com pais e comunidade são diferentes. Não comemoram o Dia das Mães e dos Pais, por exemplo, por entenderem a diversidade de configurações familiares da sociedade atual. O mesmo ponto-de-vista vale para datas religiosas, como Natal e Páscoa, que não atingem a variedade de crenças das famílias de onde as crianças vêm. A comunicação administrativa com os pais começou com os bilhetes sobre performance ou comportamento de cada aluno, mas acabou migrando para outros formatos mais interativos e menos padronizados. O mural é um meio de comunicação utilizado, mas construído e desmontado diariamente, de maneira colaborativa com os alunos e suas vivências do instante. É como um jornal, visualizado pelos pais quando buscam seus filhos no final dos turnos. Eles ainda mantêm uma fan-page no Facebook com histórias do dia-a-dia da escola e um perfil no Instagram com os propósitos expressados em imagens.

 

 

O evento teve apoio da Seepix. Informações sobre os próximos encontros setoriais podem ser obtidas pelo telefone 11-3662-3990 Ramal 851 com Raquel Vandromel, ou ainda no relacionamento@aberje.com.br.

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