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Maersk testa diesel marítimo renovável feito de cana-de-açúcar

02/02/2012

 A americana Solazyme, fabricante de óleos, combustíveis e bioprodutos renováveis, anunciou que a Maersk Line, uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo, está testando, a pedido da Marinha Americana, o biocombustível SoladieselRD, diesel renovável e derivado de açúcares e microalgas, fabricado pela empresa. Um teste preliminar foi concluído recentemente com o cargueiro Maersk Kalmar de 300 metros de comprimento em uma viagem regular de 6,5 mil milhas náuticas entre o norte da Europa e a Índia.

O objetivo da avaliação foi verificar o desempenho do biocombustível em embarcações de grande porte. Um motor auxiliar do Kalmar foi separado para o teste. Nele, os engenheiros militares testaram misturas de biocombustível com diesel marítimo convencional a proporções variando entre 7% e 100%. “Os resultados contribuirão para os atuais esforços da Marinha para incorporar biocombustíveis em nossas embarcações e nos ajudar a planejar testes futuros”, afirma Glen Sturtevant, diretor de Ciência e Tecnologia da Marinha Americana.

O teste a bordo do Kalmar foi realizado como parte das atividades do projeto Green Strike Group, do Departamento de Defesa americano. Esse projeto tem por objetivo gerar até 2020 metade da energia demandada pelas atividades militares a partir de fontes renováveis. A Solazyme é uma das empresas que participam do projeto. A companhia já conseguiu que uma versão militar de SoladieselRD fosse certificada pela Marinha para uso em barcos de pequeno porte. Também já vendeu mais de 360 mil litros de combustíveis aos militares e tem pedidos para mais 550 mil litros, a serem entregues até 2014.

Agora, a Solazyme trabalha junto à Marinha para certificar o diesel marítimo para uso em grandes embarcações. Em dezembro, um teste considerado bem-sucedido foi realizado em um destroier em uma viagem de 4 mil quilômetros ao longo da costa oeste americana. A embarcação foi abastecida com uma mistura 50/50 de combustíveis convencional e renovável. Além disso, a Solazyme trabalha para certificar o biocombustível Solajet™, já usado pela United Air Lines em voos comerciais, para uso em aeronaves militares. “Nosso objetivo é viabilizar já neste verão a primeira esquadra completa a operar com mistura 50/50 de combustíveis renováveis”, diz Sturtevant.

“A Maersk Line está comprometida em explorar o potencial dos combustíveis renováveis e a viabilizar seu uso no transporte marítimo. Estamos felizes de ver avanços nesse campo com os biocombustíveis derivados de microrganismos. E encorajamos futuros desenvolvimentos para tornar biocombustíveis mais limpos e renováveis disponíveis em escala comercial”, afirma Jacob Sterling, Head para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente da Maersk Line.

“Estamos honrados em fazer parte do programa de certificação de biocombustíveis da Marinha e aplaudimos a colaboração entre a instituição, a Maersk e outras empresas comprometidas com a redução das emissões de gases de efeito estufa e de enxofre”, diz Jonathan Wolfson, CEO da Solazyme. “Este teste só reforça o empenho da Marinha dos Estados Unidos em implementar iniciativas sustentáveis para garantir a segurança energética do país. Além disso, deixa claro o comprometimento da Maersk em tornar a indústria naval mais sustentável. Estamos felizes em colaborar com ambas organizações para que elas atinjam seus objetivos em termos de eficiência energética.”

Biotecnologia produz diesel renovável mais eficiente e menos poluente

O diesel marítimo renovável SoladieselRD é produzido a partir de um processo que utiliza microalgas geneticamente melhoradas e diferentes tipos de açúcar, como glucose de milho, sacarose de cana e até açúcar celulósico, dependendo do recurso disponível em cada região do mundo onde a companhia opera. “As microalgas consomem o açúcar e metabolizam óleo cru num processo convencional de fermentação. O óleo resultante é refinado exatamente do mesmo modo que os óleos fósseis e assim é transformado em combustíveis ou outros óleos usados na fabricação de químicos, tintas, plásticos, produtos de limpeza, cosméticos, alimentos e muitos outros produtos”, explica a diretora para assuntos científicos da empresa, Alda Lerayer. O resultado é um combustível mais limpo que o de origem fóssil, com excelente desempenho energético e menores emissões de CO2 e enxofre. Além das rígidas especificações militares americanas, SoladieselRD também atende às normas EU (europeia) e ASTM (americana) para combustíveis

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