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TAM realiza com sucesso primeiro voo com biocombustível

23/11/2010

A TAM (Bovespa: TAMM4, NYSE: TAM) realizou na tarde de ontem (22), com sucesso, o primeiro voo experimental da América Latina utilizando biocombustível de aviação produzido a partir do óleo de pinhão manso, uma biomassa vegetal brasileira. A aeronave foi um Airbus A320 de sua frota, prefixo PR-MHF, com capacidade para transportar até 174 passageiros, que está em operação regular na malha doméstica da companhia, equipado com motores CFM56-5B produzidos pela CFM International, uma joint venture entre a GE dos Estados Unidos e a Snecma (Safran Group) da França.

O voo experimental teve as aprovações técnicas das fabricantes da aeronave, a Airbus, e dos motores, a CFM, e foi autorizado pelas autoridades aeronáuticas da Europa – European Aviation Safety Agency (EASA) – e do Brasil – Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O voo, tripulado por dois comandantes da TAM, decolou do aeroporto internacional Tom Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro, sobrevoou o espaço aéreo brasileiro sobre o Oceano Atlântico por 45 minutos e retornou ao ponto de origem. Participaram do voo, além dos tripulantes, outras 18 pessoas, entre técnicos e executivos da TAM e da Airbus.

O presidente da TAM Linhas Aéreas, Líbano Barroso, destaca: “A realização deste voo experimental materializa a participação da TAM num amplo projeto de desenvolvimento da cadeia produtiva desse biocombustível de biomassa vegetal, com o objetivo de se criar uma plataforma brasileira de bioquerosene de aviação sustentável.”

O próximo passo desse projeto inovador é a implementação e operação de uma unidade de plantio de pinhão manso, em escala reduzida, no Centro Tecnológico da TAM em São Carlos (SP). “O objetivo dessa unidade será a condução de estudos de viabilidade técnica e econômica para o início da implantação de uma cadeia de valor integrada no Brasil, com o intuito de produzir biocombustível à base de óleo de pinhão manso, desde a produção de matéria-prima até a distribuição do bioquerosene”, diz Barroso. Ele afirma que a TAM está cumprindo seu compromisso social e de sustentabilidade, pois a produção desse biocombustível com matéria-prima brasileira trará benefícios econômicos e sociais importantes, além de contribuir para a redução relevante na emissão de gases nocivos ao meio ambiente pelo setor de aviação.

A biomassa vegetal, fonte do  bioquerosene de aviação utilizado no voo experimental, é 100% nacional, oriunda de projetos de agricultura familiar e de fazendas de porte significativo do interior do Brasil, que se dedicam à cultura pioneira do pinhão manso.  Conhecido pelo nome científico de “Jatropha Curcas L.”, o pinhão manso é uma planta que não concorre com a cadeia alimentar porque é imprópria para consumo humano e animal, podendo ser consorciada com pastagens e culturas alimentícias.

Para assegurar a disponibilidade do biocombustível necessário para o voo experimental, a TAM adquiriu, por intermédio da Curcas Brasil, sementes de produtores de pinhão manso do Norte, Sudeste e Centro-Oeste, providenciou a sua transformação em óleo semirrefinado e exportou-o para os EUA, onde a UOP LLC, empresa do grupo Honeywell, fez o processamento do óleo de pinhão manso em bioquerosene e sua mistura com o querosene convencional de aviação, na proporção de 50% cada.

 O vice-presidente de Suprimentos e Contratos Internacionais da TAM, José Maluf, ressalta que o sucesso conquistado até esta etapa do projeto é resultado do trabalho conjunto de diversas empresas: Airbus; GE/CFM International; Curcas Brasil; ABPPM – Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso; e Air BP Brasil, unidade de distribuição de combustível para aviação da BP, que importou o biocombustível à base de pinhão manso, armazenou, realizou os testes necessários e abasteceu a aeronave. “Realizamos este voo com a valiosa colaboração desses parceiros. Acreditamos que a busca por soluções sustentáveis deve ser um esforço conjunto de toda a cadeia produtiva do setor”, comenta o executivo.

“A iniciativa anunciada hoje permite que TAM e Airbus dêem mais um passo na direção de criar uma cadeia produtiva. Isso serve como evidência do compromisso da indústria de aviação em avançar na direção das metas de redução de emissão de CO2 que ela mesma definiu – crescimento da neutralização de carbono a partir de 2020, trabalhando para atingir 50% de redução de CO2 até 2050”, disse Paul Nash, responsável por Novas Energias na Airbus, também presente no voo experimental. “A frota moderna e jovem da TAM é uma das que menos emite carbono na região e faz com que iniciativas como a de hoje sejam possíveis, enquanto abre caminho para que o restante da indústria contribua para a causa.”

Estudos realizados pela Michigan Technological University em conjunto com a UOP/Honeywell mostram que biocombustíveis de aviação produzidos a partir do pinhão manso permitem uma redução de 65% a 80% na emissão de carbono, em relação ao querosene de aviação derivado de petróleo.

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