O Programa de Ciência para o Desenvolvimento Sustentável, da Kennedy School for Public Government, na Universidade de Harvard (Massachusets, Estados Unidos) e o Centro de estudos Latinoamericanos David Rockefeller estão promovendo uma série de debates sobre estratégias inovadoras para adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas nos setores agrícola e florestal. O objetivo é discutir como informações e tecnologias são geradas e utilizadas na formulação de políticas públicas e tomada de decisões do setor privado, visando a adaptação e mitigação aos impactos das mudanças climáticas na agricultura e no setor florestal.
Nos dias 15 e 16 de abril, os pesquisadores Eduardo Assad e Judson Valentim, da Embrapa, participam das discussões. Eduardo Assad falou sobre as ações de monitoramento do Plano de Agricultura de Baixo Carbono do Brasil (Plano ABC). Em sua apresentação, mostrou como o Brasil vem enfrentando os desafios de promover a integração entre a ciência e tecnologia e a formulação de políticas públicas para a adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas na agricultura e no setor florestal no Brasil.
O Brasil é considerado protagonista nas ações de mitigação e, mais recentemente, de adaptação da agricultura às mudanças climáticas. Para Eduardo Assad, o sucesso é materializado por meio do compromisso voluntário de redução das emissões em 2009 em Copenhague, da redução do desmatamento na Amazônia e da implantação do Programa ABC. Com relação à Embrapa, foram debatidos o desenvolvimento de sistemas de produção equilibrados, o portfolio de pesquisa em mudanças climáticas e a importância da Unidade Mista de Pesquisa em Genética e Clima criada em parceria com a Unicamp.
Um dos consensos dos debates é que os padrões do clima global estão mudando, com aumento de temperaturas e eventos climáticos extremos como inundações e secas. Para Judson Valentin (Embrapa Acre), a adaptação a estas mudanças climáticas é especialmente importante nos países em desenvolvimento e para as populações mais vulneráveis, principalmente porque as previsões indicam que estes países serão os mais prejudicados.
Nas discussões foi abordado que o potencial da humanidade de se adaptar a essas mudanças climáticas está fortemente associado ao nível de desenvolvimento econômico e social dos países. Entretanto, esta capacidade de adaptação está distribuída de forma desigual entre regiões e grupos sociais, com os países em desenvolvimento tendo menor capacidade do que as nações mais ricas. “Quanto mais tarde as ações de adaptação a essas mudanças climáticas forem iniciadas, mais caras elas se tornarão e maiores serão os prejuízos em permos de perdas econômicas e sociais”, diz Eduardo Assad.
Durante sua permanência na Universidade de Harvard, Eduardo Assad discutiu com pesquisadores de diversas universidades (Harvard, Boston e Tufs), do Massachussets Institute of Technology (MIT) e estudantes de pós-graduação de diversos países (Austria, Estados Unidos, Itália e China) um amplo conjunto de ações de colaboração internacional com foco em pesquisa e estratégias inovadoras para promover a integração de conhecimentos e tecnologias na formulação de políticas visando a mitigação e adaptação dos impactos das mudançcas climáticas em âmbito global.
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