A Aberje está distribuindo, em parceria com a Lazuli, o 10º número da revista MSG de Comunicação e Cultura. O tema central da edição é “Narrativa”, discutido por vários especialistas convidados que mostram seus pontos-de-vista a partir de lugares de fala distintos.
O diretor-geral da entidade e professor-doutor da ECA/USP, Paulo Nassar, e o diretor da editora, Miguel de Almeida, assinam o editorial “A narrativa nossa de cada dia”, onde assinalam que as narrativas se modificam conforme a posição, a época e as circunstâncias. Por isto, dependem de inúmeros fatores e cada narrador se apoia em suas informações, sensibilidades e convicções para apresentar seu enredo do fato. “Com a sofisticação da sociedade, a maneira de contar ganhou em colorido, em sobretons e entrelinhas. Também no teatro, dentro da mesma montagem, cada encenação carrega sua carga de improviso, de humor e notícias do dia”, complementam. Ao longo da humanidade, o homem se comunicou a partir das pinturas em cavernas, dos pergaminhos, do couro dos animais, dos tambores, sendo que “não mudaram apenas os suportes, mudou o homem e sua visão do mundo que o cerca, como também o mundo modificou a percepção do ser humano”.
O próprio Nassar começa a dar consistência ao tema proposta no artigo “É a narrativa, estúpido” na editoria Primeira Impressão. Ele analisa a figura do presidente norte-americano Barack Obama em sua segunda vitória nas eleições, atribuída por consultores e pela mídia aos números do desempenho econômico daquele país na época, e situa a conquista de adesões ao estilo narrativo da campanha. “Ao que tudo indica, a habilidade dos comunicadores em construir essas mensagens, baseadas antes de tudo em fatos verídicos e éticos, é o que vai determinar o futuro dos debates que envolvem a cidadania”, pondera.
As narrativas encantam desde os tempos imemoriais. Mães narram fábulas para os filhos antes de dormir, rodas se formam em torno de um bom contador de histórias nos lugares mais diversos, assistimos a filmes, peças, novelas, lemos romances... sempre atrás de uma boa história. A revista apresenta uma sequência de textos que vão debater estas perspectivas e como a narrativa se configura nas diferentes áreas da criação e como o modo de contar histórias vem-se transformando.
O autor e roteirista Lauro César Muniz fala em “A Narrativa na TV”, onde aponta que o conceito básico para a comunicação da peça teatral, do roteiro cinematográfico ou da telenovela é o equilíbrio entre as ações subjetivas e as objetivas. Quando se perde a noção desse equilíbrio, provocará um vácuo de comunicação. Depois é a vez do poeta e ensaísta Claudio Willer, com “A Arte de reunir pessoas”. Ele diz que narrativas são sobre gente, enredo – ao contrário do que pensam escritores ingênuos, é um pretexto para reunir pessoas. O artista plástico Emanoel Araújo contribui com “As muitas fases de uma museografia”, e aponta o Museu Afro Brasil como um grande laboratório de experiências em montagens, dentro e fora da sua tipologia como museu de arte, história e memória.
“O desvendar do humano” é o texto do professor de História da Filosofia da USP, Franklin Leopoldo e Silva. Para ele, as narrativas ocupam-se do sentido da aventura humana, assumindo o desafio de decifrar a história universal, articulando as histórias subjetivas que a constituem. Já o diretor do grupo Os Parlapatões, o dramaturgo Hugo Possolo escreveu “Narrativas antagônicas” para debater as narrativas que envolvem o espetáculo teatral em si e sua divulgação para tornar-se atrativo para o público. A professora da PUC-SP, Lucia Santaella, pontua em “Transmídia Mania” que assistir a uma telenovela e, ao mesmo tempo, acessar o Twitter ou o Facebook, tornou-se uma experiência bem divertida, pois os comentários aumentam a temperatura da narrativa pela participação online de um público que deseja colaborar e vivenciar um mundo de estórias em tempo real, por meio de múltiplas telas. “Como fazer um roteiro” é o artigo do cineasta Ugo Giorgetti, onde revive a experiência de pretender ensinar roteiro para uma turma de alunos.
O dossiê temático é encerrado por dois textos. A coordenadora do programa de Pós-Graduação em Comunicação da ESPM, Rose de Melo Rocha, traz “Narrar, viver, comunicar: táticas possíveis para sujeitos pós-modernos". Para ela, as narrativas possuem uma função mediadora, lembrando que a linguagem evidencia o modo como se negocia, na consecução dos relatos, com os grandes órgãos de narração social, as instituições midiáticas. E o diretor-presidente da ADAG Comunicação, Luiz Celso de Piratininga Jr, com “Narrativas interativas”, para quem a narrativa publicitária vem adequando-se aos tempos onde vive, numa real interdependência entre ordem econômica, modo de vida e hábitos de consumo.
A revista, que chega aos associados gratuitamente com 76 páginas, pode ser adquirida em bancas nas unidades da Livraria da Vila, Livraria Cultura, FNAC, entre outras. Werner Schulz é o diretor de arte e responsável pelo projeto gráfico, com Adriana Vichi como editora de fotografia. Cynthia Calhado atua como repórter, em revisão de Amália Munhoz. Nara Almeida é a produtora executiva. Para mais informações, consulte nara@aberje.com.br .
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