As comunidades do litoral Sul de Paraty (RJ) têm muita história para contar. Suas terras abrigaram os tupinambás, índios que se aliaram aos piratas franceses contra os portugueses. Naquela região belíssima, cercada pelo azul cristalino do mar, aconteceu de tudo: tráfico de aves, madeiras, peles de animais e de negros africanos. E, até hoje, a maioria dessas comunidades vive uma realidade comum aos seus ancestrais, já que não têm acesso à energia elétrica em pleno século XXI. Os caiçaras, como são conhecidos os habitantes dessas localidades, também enfrentam dificuldades para continuar seus estudos. Afinal, as escolas da região só oferecem os anos iniciais do ensino fundamental, o que corresponde a uma escolaridade até o 5º ano.
Trata-se de uma ameaça real às tradições seculares de um povo que tenta manter até hoje suas raízes, seja por meio da pesca ou do cultivo da mandioca e da sabedoria dos remédios da mata. Muitos abandonam as suas terras e vão para outras cidades em busca de melhores oportunidades de estudo.
A organização geográfica de Paraty apresenta um território recortado, com diversas comunidades acessíveis apenas por barco e com até quatro horas de distância do centro histórico da cidade. Justamente pelas dificuldades de acesso, os caiçaras merecem ter a oportunidade de estudar em suas comunidades, sem se afastar de suas raízes. Eles não têm como se deslocar em barcos todos os dias. As mudanças da maré não permitem. No próximo dia 17 de junho será lançado o projeto Azul Marinho, que vai levar a escolaridade do ensino fundamental – anos finais, do 6º ao 9º ano, a seis comunidades caiçaras: Ponta da Juatinga, Pouso da Cajaíba, Calhaus, Ponta Negra, Saco Claro e Praia do Sono. É uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Paraty e a Fundação Roberto Marinho, que vai utilizar a metodologia do Telecurso para 180 jovens e adultos dessas localidades. Eles vão se formar em 18 meses.
O lançamento acontece na Escola Municipal Pequenina Calixto, em Paraty, e participam da cerimônia o prefeito José Carlos Porto Neto; o vice-prefeito, Valdecir Ramiro; a secretária municipal de Educação, Elizete Lemos; o presidente da Fundação Roberto Marinho, José Roberto Marinho; o secretário-geral da instituição, Hugo Barreto e a gerente geral de Educação, Vilma Guimarães. O lançamento contará também com um show do poeta, cantor e compositor caiçara Luis Perequê e com a presença de 30 alunos do projeto Azul Marinho que já estão em sala de aula desde o dia 2 de maio deste ano.
O Azul Marinho é um alimento típico dos caiçaras. É um prato rústico feito com bananas verdes e pirão. O peixe ideal para a elaboração do Azul Marinho é a garoupa, o robalo e a pescada amarela. O mesmo prato também pode ser feito com bagre, traíra, cará e cação. O nome do projeto não poderia representar melhor os costumes e as tradições de um povo secular.
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