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Pesquisa aponta São Paulo como um dos principais ambientes de inovação do mundo

20/11/2012

Uma pesquisa apresentada hoje pela Startup Genome e pela Telefónica Digital revela que, embora o Vale do Silício (na Califórnia, EUA) ainda seja o maior e o mais influente ecossistema de startups do mundo, já não exerce a mesma influência de antes. Estão despontando comunidades na América Latina, na Europa, no Oriente Médio e na Ásia que tiveram um crescimento considerável nos últimos anos e agora começam a desafiar o predomínio do Vale do Silício em inovação tecnológica.

O relatório Startup Ecosystem Report 2012 afirma que essa tendência sugere que os países estão deixando de ser economias baseadas no setor de serviços e que são cada vez mais impulsionados por uma nova geração de empresas de software e tecnologia com grande dinamismo.  Segundo apurou a pesquisa, São Paulo apresenta um rápido crescimento do ecossistema voltado para a inovação, figurando em 13º lugar num ranking de 20 cidades estudadas, à frente de Berlim (Alemanha), Moscou (Rússia), a cidade estado de Cingapura e Santiago (Chile).

Da América Latina, aparecem no estudo apenas São Paulo e Santiago. Embora apresente um ambiente favorável para a inovação, a pesquisa diz que a capital paulista, em relação ao Vale do Silício, ainda carece de financiamento e de uma maior ambição por parte de empreendedores. Algumas das conclusões da pesquisa:

1) São Paulo é, de longe, o ecossistema maior e mais avançado para uma startup na América Latina.

2) Empresários de São Paulo são altamente qualificados. Eles têm o melhor nível educacional da região – 90% deles contam com um mestrado ou doutorado. Em Santiago, o índice é de 56%.

3) Existem poucas mulheres empreendedoras na área de tecnologia no Brasil –  apenas 4% -, enquanto Santiago tem cinco vezes mais mulheres empreendedoras.

4) As startups de São Paulo poderiam ter maior agilidade para aproveitar oportunidades no segmento de telefonia móvel – já que, em comparação, startups desse ramo são seis vezes mais procuradas pelo mercado no Vale do Silício do que em São Paulo (3% versus 17%).

5) São Paulo tem 37% menos apoio de “mentores” que startups do Vale do Silício.

6) O ecossistema da capital paulistana ainda é incipiente e precisa continuar a se desenvolver. Em comparação com o Vale do Silício, São Paulo criou 80% menos startups ao longo do tempo. No entanto, é provável que a cidade cresça continuamente, atraindo mais capital e talentos locais. À frente de uma economia enorme, São Paulo pode se servir de um grande mercado doméstico para testar as suas ideias e, então, alcançar mercados no âmbito global.

7) São Paulo cria mais empregos do que o Vale do Silício.

 

Alternativas ao Vale do Silício -  A Startup Genome, em parceria com a Telefónica Digital, ouviu mais de 50 mil empresários de todo o mundo para entender o posicionamento de diferentes ecossistemas para viabilizar o desenvolvimento e sucesso das startups. Usuários do StartupCompass.co, uma ferramenta de inteligência de negócios para startups, forneceram informações sobre suas organizações com base em uma série de fatores, inclusive informações financeiras e sobre vendas, marketing, produtos, modelo de negócio, equipes e mercado.

A partir desses dados, o relatório identificou os fatores ecossistêmicos que contribuíram para o sucesso do Vale do Silício, e os emprega como referência para comparar o grau de adaptação de outras cidades para estimular o empreendedorismo. Assim, os vinte principais ecossistemas de startups no mundo são:

 

1.      Vale do Silício

2.      Tel Aviv

3.      Los Angeles

4.      Seattle

5.      Nova York

6.      Boston

7.      Londres

8.      Toronto

9.      Vancouver

10.    Chicago

11.    Paris

12.    Sydney

13.    São Paulo

14.    Moscou

15.    Berlim

16.    Waterloo

17.    Cingapura

18.    Melbourne

19.    Bangalore

20.    Santiago


Tel Aviv, em Israel, é a principal alternativa ao Vale do Silício, ao passo que a existência de comunidades em Nova York e Los Angeles, próximas ao Vale do Silício, é uma indicação de que os Estados Unidos abrigam três dos maiores ecossistemas do mundo. Do outro lado do Atlântico, Londres é, de longe, o maior ecossistema de empresas startup da Europa, embora sua produção ainda corresponda a apenas um terço da produção do Vale do Silício. Fora dos mercados mais tradicionais, o ecossistema de startups de São Paulo está crescendo com rapidez, e gera mais empregos para a comunidade local do que o Vale do Silício gera para a sua.   

O sucesso do Vale do Silício até o momento pode ser atribuído, em parte, à atitude de seus empreendedores. No Vale do Silício, os criadores de empresas trabalham mais do que em qualquer outro lugar, sendo a duração média de um dia de trabalho de quase 10 horas. Quando o assunto é motivação, eles tendem a ser movidos pelo impacto, e não pelo produto. No entanto, empreendedoras do sexo feminino estão em melhor situação do outro lado do país. É, portanto, justo que Nova York reivindique o título de capital mundial das empreendedoras da área de tecnologia. Quase um quinto dos empreendedores de Nova York são mulheres – a cidade abriga duas vezes mais startups lideradas por mulheres do que o Vale do Silício.  

 

Outras descobertas importantes feitas pela pesquisa:

1) Até ecossistemas bem desenvolvidos como Nova York e Londres estão sofrendo com a falta de financiamento: cada uma dessas cidades sofreu uma redução de 70% no capital de “risco” para startups em fase inicial, antes do lançamento de produtos no mercado;

2) Santiago é um grande exemplo de ecossistema impulsionado pelos governantes, com uma forte rede de apoio aos empresários criada pela Start‑up Chile. As startups de Santiago têm 4,81 mentores em média, quase 25% mais do que o Vale do Silício;

3) Los Angeles tem um funil saudável de startups em diferentes fases de seu ciclo de vida, e ainda assim é maior do que a maioria dos outros ecossistemas. Los Angeles poderia muito bem consolidar‑se como uma alternativa séria ao Vale do Silício, sobretudo nos setores aeroespacial, de comunicação, conteúdo e tecnologia para a saúde;

4) Sydney (Austrália) é a capital mundial das startups que atuam na área de dados;

5) O Vale do Silício deixou sua marca em todos os ecossistemas de startups do mundo. Berlim (4%) e São Paulo (7%) possuem o menor número de criadores de empresas que moraram no Vale do Silício; Cingapura (33%) e Waterloo, no Canadá, (35%) reúnem a maioria dos empresários que passaram pelo Vale do Silício;

6) Melbourne (Austrália) é um ecossistema de startups promissor, que ocupa posição elevada no ranking da adoção de novas tendências dentro do universo das startups. Ainda assim, um dos pontos mais problemáticos é que as empresas locais limitam seu próprio potencial porque visam mercados locais muito pequenos e nichos de mercado, em vez de almejar os grandes mercados globais;

 

“Nossa expectativa é que, com a realização do primeiro estudo comparativo desse fenômeno global calcado em dados, ajudaremos a facilitar um diálogo público construtivo”, explica Bjoern Lasse Herrmann, CEO da Startup Genome. “Elaboramos esse relatório por três motivos: primeiro, para colocar um holofote sobre os focos emergentes de empreendedorismo em tecnologia que serão responsáveis por uma enorme mudança estrutural socioeconômica de escala mundial; em segundo lugar, para continuar a democratizar o conhecimento necessário para ajudar a disseminar os méritos do Vale do Silício. E, em terceiro lugar, para gerar ideias para empresários, investidores, departamento de desenvolvimento de empresas e governantes.”

Gonzalo Martin-Villa, CEO da Wayra, aceleradora global de startups da Telefónica Digital, afirmou: “Esses resultados demonstram claramente como o empreendedorismo está despontando em todo o mundo. Estamos vendo hoje ecossistemas emergentes começando a atuar como verdadeiras alternativas viáveis aos centros tradicionais de inovação tecnológica. Isso é motivo de grande empolgação, pois sugere que, cada vez mais, as infraestruturas de apoio necessárias estão à disposição em todo o mundo para as mentes brilhantes concretizarem suas ideias.”

Ao comentar o desempenho de São Paulo no estudo, Carlos Pessoa, diretor do Wayra Brasil, frisa que a cidade vem apresentando grande evolução como polo propício à inovação nos últimos quatro ou cinco anos. “São Paulo deu um salto bastante significativo se comparada a outras capitais latino-americanas e isto é um indício do que está por vir. Estamos apenas começando e o futuro é muito favorável”, prevê o executivo.

O download do relatório completo pode ser feito em: http://www.blog.digital.telefonica.com/tag/startupecosystem.

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