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Integrante da equipe da Aberje obtem título de Mestrado com estudo sobre storytelling

09/10/2012

A proposição firme é reunir, observar, analisar, entender, esquematizar e auxiliar a aplicar o formato narrativo do storytelling, especialmente aquele baseado na experiência da fonte evocadora. Trata-se de suscitar a rememoração de histórias de vida e seu entrelace com a trajetória no tempo de agentes organizacionais, derivando conteúdos mais envolventes, significativos e memoráveis. Este foi o desafio assumido por Rodrigo Cogo, que atua na área de Conteúdo da Aberje e obteve o título de Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo no último dia 10 de setembro de 2012. Foi orientado pelo professor-doutor Paulo Nassar, que também é diretor-geral da Aberje, com banca de avaliação ainda composta pelas professoras Margarida Kunsch e pela historiadora Suzana Ribeiro.

Segundo Cogo, não se tem este envolvimento com linguajar objetivo, quantitativo, duro, superficial, numérico e facilmente esquecível. Por isto, postula fazer surgir um novo paradigma narrativo, que já acompanha a formação natural do homem como ser social, e com abertura para as afetividades e uma linguagem de encontro, compreensão, qualidade e reencantamento das relações aplicada a estratégias de compartilhamento de organizações geridas em ambientes humanizados.


Cogo postulou o uso do storytelling de narrativa da experiência na comunicação organizacional

 

Bacharel em Relações Públicas pelo Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria, ele tem cursos de aperfeiçoamento na ESPM em Promoção, na FGV em Pesquisa de Mercado e no IBRADEP em Gestão em Protocolo e Cerimonial. É especialista em Gestão Estratégica em Comunicação Organizacional e RP e Mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Trabalhou por 10 anos com planejamento e marketing cultural para clientes como AES, Bradesco, Telefonica e Brasil Telecom. Vencedor do Prêmio Opinião Pública do Conrerp SP/PR em 1998, foi homenageado por esta distinção no ano de 2006 com troféu especial pela contribuição à área. Gerencia o portal Mundo das Relações Públicas desde 1997 e vários canais digitais coligados. Tem atuado como consultor de diagnósticos de comunicação e relacionamento da Ideafix Estudos Institucionais, para clientes como HP, Rhodia, Mapfre, Schincariol, Embraer, Telefonica, e como professor da Aberje em cursos livres e no MBA em Gestão da Comunicação Empresarial. Escreve como colunista do portal da entidade sobre o tema do storytelling.

O Capítulo 1, intitulado ‘A confiança na comunicação sob impacto do multiprotagonismo’, investe no desvelamento do cenário instável e instigante de um cidadão multitarefa, crítico, conectado, propositivo e repleto de estímulos externos de mensagens de todas as origens. Com uma ênfase em autores que analisam o impacto da sociedade em rede nas comunicações e a emergência de organizações polifônicas como resposta a estas demandas participativas, também abrange a vinculação de temas tradicionais como estratégia, cultura organizacional, relações de confiança e comunicação integrada sob a lente das narrativas. Menos do que um apanhado em retrovisão sobre a teoria da comunicação organizacional, o capítulo busca fazer crescer o link entre a grande área e o enfoque crescente das organizações como linguagem, com a oferta de novas narrativas decorrentes.

Já no Capítulo 2, que tem como título ‘Conceitos e interfaces entre história e memória’, o foco está na exposição dos significados, congruências e diferenças, inclusive em nome da precisão vocabular e da disseminação de sentidos corretos, sobre história e memória. Além de ser o exercício da interface requisitada pela área de concentração da dissertação, a revisão bibliográfica alcança questões evidentes do sujeito pós-moderno, como o desejo de fruição do presente, a ‘moda da memória’, o desenraizamento, a valorização de testemunhos e a consideração de outras variáveis nesta ciência humana em direção à ampliação de abordagem de uma ‘nova história’. Também direciona-se a organizar o pensamento em torno da memória organizacional para garantir o escopo necessário ao aprofundamento e à inserção do storytelling neste universo. A discussão sobre passado, presente e futuro é trazida à luz da potencial influência nos discursos organizacionais de relacionamento com públicos diversificados.

Reflexões sobre fatores integrantes das grandes narrativas, como mitos, ritos, rituais, metáforas, arquétipos e heróis, e sobre a estrutura e o potencial de envolvimento dos relatos do vivido, são a base do Capítulo 3, sob o título ‘A elaboração discursiva da memória organizacional: o storytelling como paradigma narrativo’. É neste ponto que são apresentados os conceitos e características do storytelling, com as formas de contar histórias e o papel dos contadores de histórias – inclusive com a redação de conceito próprio. Ainda estão contempladas as fragilidades ou acusações de uso deste formato narrativo, com caracterização das disciplinas da retórica e da argumentação. O trabalho de suscitação de histórias, aqui defendido pelo método das ‘tecnologias sociais da memória’, completa o item articulando esta etapa com a história oral.

 

Paulo Nassar (orientador), Rodrigo Cogo, Margarida Kunsch e Suzana Ribeiro após a defesa

 

O Capítulo 4 – ‘Análise de conteúdo audiovisual institucional e proposta de matriz estruturante em storytelling’ – apresenta as opções metodológicas, basicamente a Análise de Conteúdo (AC) pela técnica da análise estrutural da narrativa de conteúdos audiovisuais institucionais de 10 organizações. A seleção se deu com monitoramento de quatro canais digitais especializados sobre storytelling entre janeiro e maio de 2012, originando uma listagem que sofre um sorteio de saltos simétricos. Todos os materiais são decompostos em suas dimensões verbal e visual e uma análise de características, como voz narrativa, sequência no tempo, ambientação, personagens e estrutura valorativa. O processo é encerrado com a oferta de uma Matriz Estruturante de Elementos sobre Storytelling para equalizar a configuração de conteúdos neste paradigma com uma lente de observação única, precisa e sistematizada e com indicação de uso.

Em breve, o texto ficará disponível no Banco Digital de Teses e Dissertações da Universidade de São Paulo.

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