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Desigualdade salarial entre gêneros ainda é uma realidade no mercado de trabalho

25/05/2015

A discussão sobre desigualdade salarial entre gêneros é um tema sempre polêmico no mercado de trabalho. Diversos nomes importantes já se manifestaram sobre o assunto, como foi o caso da atriz Patricia Arquette em seu discurso de agradecimento pelo prêmio de melhor atriz coadjuvante no Oscar deste ano.

Em um episódio mais recente, o Papa Francisco também reforçou a importância de igualar salários, segundo informações da Agenzia Nazionale Stampa Associata – Sociedade Cooperativa (ANSA-Brasil). Durante audiência geral na quarta-feira (29), o pontífice discursou sobre matrimônio e destacou que é “um escândalo” o fato de as mulheres ganharem menos que os homens para fazer o mesmo trabalho.

 

Mas seria essa desigualdade salarial ainda tão gritante?

Para entender quanto homens e mulheres ganham para exercer a mesma função, foi realizada uma pesquisa junto ao Grupo Employer RH, especialista em assuntos relacionados ao setor. Como base, foram comparados os salários das cinco profissões mais buscadas pelos jovens no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2015, segundo balanço divulgado pelo Ministério da Educação.

 

Relação Salarial
Administrador: Homens R$ 7.713,59 e Mulheres R$ 6.921,45
Advogado: Homens R$ 7.290,39 e Mulheres R$ 6.290,18
Médico: Homens R$ 14.523,23 e Mulheres R$ 13.662,55
Pedagogo: Homens R$ 3.869,25 e Mulheres R$ 3.662,55
Professor de Educação Física: Homens R$ 3.854,38 e Mulheres R$ 3.162,78

 

Como é possível observar, todos os resultados apontam a desigualdade entre os gêneros. Segundo Fabiana Zandroski, responsável técnica que atua no Grupo Employer, existem certas análises que explicam os motivos para a existência deste problema dentro de uma organização. “Alguns estudos informam que as mulheres, por temer um conflito, reivindicam com menor frequência um salário mais justo, ou ainda não sabem fazer uma negociação salarial assertiva. Muitas vezes isso acontece porque, até agora, existe discriminação diante do tempo que as mulheres dispõem para cuidar dos filhos, da gravidez, da família”, destaca.

Ela explica que é difícil saber exatamente se todas as informações coincidem com a realidade nas empresas. De qualquer forma, essa diferenciação ainda acontece e as organizações deveriam estar mais atentas. “Se a política das empresas não mudar com relação ao assunto, elas vão ter que lidar com a divergência entre os salários praticados e a legalidade”, completa.

Fabiana ressalta que existe um avanço no combate a essa disparidade, no entanto, levando em consideração toda a discussão acerca do tema, a diferença entre um ano e outro ainda é muito baixa.

As empresas que fornecem salário igualitário para as mesmas funções e requisitos, independente do gênero, acabam ganhando mais espaço no mercado de trabalho e, consequentemente, maior credibilidade perante seus funcionários. “As organizações que abrem informações sobre essa igualdade criam um clima mais agradável e com menos conflitos. Isso faz com que os funcionários não se sintam prejudicados e que o trabalho seja mais produtivo”, finaliza.

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