Pesquisa realizada pela Consultoria de Comunicação LLORENTE & CUENCA traz à tona o baixo nível de confiança apontado por empresários brasileiros em relação ao governo. Em termos gerais, o Brasil é um dos países com menor índice de confiança em seus governantes.
Entre os empresários brasileiros entrevistados, 68% disseram ter nenhuma ou pouca confiança na política governamental vigente. Quando questionados sobre as perspectivas de futuro para suas empresas no Brasil, 58% dos empresários disseram que acreditam que a situação não mudará.
A pesquisa revela que os bancos (sistema financeiro) são a instituição que gera maior confiança entre os empresários da América Latina (3,53, no índice que vai de 1 a 5), depois de suas próprias organizações empresariais (3,56). No Brasil, a situação se repete, com índices de confiança ligeiramente mais baixos (3,41 a 3,53, respectivamente).
As instituições vistas como menos confiáveis entre os empresários da América Latina são, nesta ordem: partidos políticos (1,78), sindicatos (1,87) e governo (2,34). Já os políticos entrevistados escolheram como menos confiáveis a seguinte ordem de instituições: sindicatos (2,3), partidos políticos (2,36) e os meios de comunicação (2,3).
Foi solicitado aos empresários que indicassem, de forma espontânea, quais eram, em sua opinião, os políticos mais influentes no cenário internacional e na América Latina. Para 36,7% dos empresários consultados, não há líderes políticos de destaque global. Para outros 34,5% dos empresários, a chanceler alemã Angela Merkel merece o lugar de destaque internacional, seguida pelo presidente norteamericano Barack Obama, com 24,4%.
No âmbito latino-americano, a presidente chilena Michelle Bachelet é a líder mais mencionada, seguida do presidente uruguaio José Mujica. Os seguintes postos no ranking de líderes latino-americanos são ocupados por Juan Manuel Santos, Enrique Peña Nieto, Álvaro Uribe e Luís Inácio Lula da Silva.
Quando a pesquisa pediu para que os políticos entrevistados mencionassem quais empresários tinham características de líderes mundiais, Bill Gates foi mencionado por um em cada quatro políticos, seguido por Steve Jobs e Mark Zuckerberg. No âmbito da América Latina, Carlos Slim é o empresário que obteve maior reconhecimento entre os políticos entrevistados, seguido por Jorge Paulo Lemann e Gustavo Cisneros.
De acordo com o sócio-fundador e presidente da LLORENTE & CUENCA, José Antonio Llorente, nesta quinta edição são percebidas mudanças positivas em muitos países e o estudo continua demonstrando a necessidade de gerar maiores e melhores espaços de diálogo entre os empresários e os políticos da América Latina, Espanha e Portugal. “É normal que bons indicadores econômicos transmitam maior sensação de confiança e vice-versa. E essa é um dos principais desafios da região: construir relações entre empresários e políticos que tenham objetivos maiores em longo prazo", afirma Llorente.
Para o vice-presidente de Assuntos Públicos da LLORENTE & CUENCA, Joan Navarro, com algumas exceções, nos últimos anos os empresários da América Latina perceberam una perda de liderança política e isso repercute na confiança em seus governantes. “Em momentos econômicos tão díspares, a confiança entre os grupos é essencial", conclui Navarro.
Metodologia
Por meio de seu Centro de Ideias, Análises e Tendências d+i, a LLORENTE & CUENCA, em conjunto com a Inmark Estudios y Estrategias, utilizou metodologia quantitativa comtemplando 11 países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru e República Dominicana (América Latina), além de Espanha e Portugal (Ibéria). O resultado foi definido a partir de 2.522 entrevistas realizadas com 2.187 empresários e 335 políticos.
Para a realização deste estudo foram entrevistados os integrantes da alta direção de grandes companhias situadas em cada um dos países, bem como políticos (parlamentares, funcionários em cargos de confiança no Executivo e militantes partidários) das mesmas localidades. O objetivo é aprofundar a análise das relações existentes entre as empresas e o governo na América Latina e na Ibéria, ressaltando a percepção dos empresários de cada país sobre o desenvolvimento econômico atual, em contraste com a opinião dos políticos sobre seu próprio papel e o das empresas na economia.
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