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GENN discute o que são novas narrativas

22/11/2012

O sétimo encontro do Grupo de Estudos de Novas Narrativas/GENN teve um objetivo central: a conceituação e a busca por delimitação de foco das novas narrativas. Depois de várias iniciativas com convidados externos, foi a vez de lançar os integrantes em direção a um exercício intelectual. A reunião foi realizada na tarde do dia 21 de novembro de 2012 no Instituto Aberje em São Paulo/SP.

A estrutura é integrada por professores e pesquisadores de várias instituições de ensino do país e também por profissionais do mercado. Conta com o apoio científico e administrativo da Aberje. A coordenação é de Paulo Nassar, diretor-geral da Aberje e professor-doutor da ECA/USP, com vice-coordenação de João Carrazcosa, escritor e professor da ECA/USP e ESPM/SP.
 
 
 
Gisele vai fazer apanhado de conceitos dos participantes para construir uma matriz dos termos
 
 
A bibliotecária e documentalista Gisele Souza, que coordena o Centro de Memória e Referência da Aberje e faz parte do GENN, abriu as atividades propondo um esforço de diferenciação entre conceituar e definir. Ela, que é graduada pela Escola de Comunicações e Artes da USP, onde também concluiu Mestrado em Ciência da Informação, tem experiência na área de gestão da informação e de documentos físicos e eletrônicos com ênfase na sistematização da memória institucional. Atua como consultora em implantação e gestão de centros de documentação e memória e bibliotecas especializadas. Sua dissertação justamente trabalhou a linguagem das especialidades, que fazem termos como “usuário” serem compreendidos de maneira muito distinta nos campos da Ciência da Informação e da Psicologia, por exemplo.
 
Gisele, baseada no livro “Sistema conceptual e sistema terminológico”, de Maria Aparecida Barbosa, explica que conceituar é o processo de construção de um modelo mental que corresponde a um recorte cultural e, em seguida, de escolha e engendramento da estrutura léxica que pode manifestá-lo de maneira mais eficaz. Já definir é o processo de analisar e descrever o semema lingüístico, para reconstruir o modelo mental: o seu ponto de partida é a estrutura lingüística manifestada. Basicamente, conceituar parte das características para chegar no termo, e definir parte do termo para construir as características.
 
 
 
Emiliana deu partida à criação do conceito de novas narrativas
 

Emiliana Pomarico Ribeiro, integrante da equipe de Comunicação da Aberje, fez uma apresentação abrangente sobre novas narrativas. A ideia era nortear e instigar as discussões posteriores. Mestranda em Ciências da Comunicação na ECA-USP, ela é graduada em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas pela mesma instituição e em Produção Audiovisual pela Universidade Paulista. Desde 2008, coordena a monitoria do Projeto Memórias Ecanas.
 
Partindo da definição disponível no Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, narrativa seria uma obra literária, geralmente em prosa, em que se relata um acontecimento ou um conjunto de acontecimentos, reais ou imaginários, com intervenção de uma ou mais personagens num espaço e num tempo determinados. Já na obra “Poética” de Aristóteles, narrativa é uma espécie poética que necessita de três elementos básicos: ritmo, linguagem e harmonia, sendo formada por três partes: conflito, desenvolvimento do conflito e solução. Neste caminho, há ações de personagens, que podem ser reais ou inventados. Emiliana ainda comparou conceitos de Vladimir Propp e Joseph Campbell, sendo que o mais importante é contextualizar estas teorias no campo da comunicação empresarial, colocando os atributos da narratologia nas peças, mensagens, ações e discursos de comunicação das organizações. Neste sentido, identifica espaço para novas mensagens, mais míticas, identificadoras e afetivas e aposta na força da contação de histórias.
 
Num cenário atual de falência dos sentidos e dos afetos, dado o desenvolvimento progressivo de relacionamentos fragmentados, mecânicos e superficiais entre as pessoas, ela aponta uma sensação de desvalorização do humano, de ansiedade e de baixa auto-estima entre as pessoas. Daí surge toda uma pesquisa sobre o desencantamento do mundo, com a crise das experiências, das memórias e das narrativas. É desta constatação que decorre a importância de achar outros caminhos de contato das organizações com seus públicos de interesse. “Vivemos apenas o cotidiano efêmero, recebendo disparos excessivos de informações superficiais que se perdem em dados que nada dizem e que não têm tempo de serem significados. São experiências empobrecidas, vivenciadas a curto prazo”, manifesta.
 
Numa perspectiva em que as experiências são pobres, as interações são pequenas e as mídias trazem muitas informações superficiais, as pessoas não conseguem ter bases para contar uma história completa e significativa, com começo, meio e fim. As narrativas restam desencantadas - mensagens quantitativas, objetivas e técnicas, para fins de produtividade e de economia de tempo, com receptores passivos e pobres de memórias e de experiências. Por isto, as “Novas Narrativas” poderiam ser aquelas que carregam características mais míticas, afetivas, transcendentes, sentimentais, subjetivas, simbólicas e encantadoras. Como diz Daniel Pink, estaríamos deixando de ser uma economia e uma sociedade “baseadas nas faculdades lógicas, lineares, frias e objetivas da Era da Informação e fazendo a transição para [...] as faculdades criativas, empáticas e sistêmicas da Era Conceitual”.
 
O encontro teve seguimento com a apresentação de uma série de conceitos de novas narrativas, que serão agora compilados para encontrar os pontos comuns e as percepções divergentes. Com isto, o GENN deve publicar sua posição sobre o tema e dar andamento aos seus nove subtemas e à edição de uma revista científica.
 
Informações sobre as próximas reuniões e como fazer parte do grupo podem ser obtidas com Emiliana Pomarico Ribeiro no 11-3662-3990 ramal 237 ou no e-mail emiliana@aberje.com.br .
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