Desde 1º de novembro de 2012, todo cidadão brasileiro com acesso à internet poderá frequentar a maior biblioteca digital especializada em corrupção do mundo. Fruto de parceria entre o Estadão e a Universidade de São Paulo, a Corrupteca permite ao usuário acessar tudo o que foi publicado sobre o tema corrupção no Estado desde a fundação do jornal, em 1875.
Voltada para um fenômeno de alta incidência no Brasil e em várias partes do mundo, a Corrupteca surgiu em discussões acadêmicas no Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP (Nupps), que é ligado à reitoria da universidade e dirigido pelo cientista político José Alvaro Moisés. “O tema da corrupção vem se impondo aos pesquisadores do Nupps, levando-nos a perguntar: afinal, qual é a qualidade da democracia brasileira? Notamos que, embora a corrupção praticada pelos políticos seja crescentemente condenada pelos cidadãos, ainda assim persistem sinais de sua aceitação como prática social. E por quê?”, indaga Moisés.
Estas e outras questões, a partir de agora, poderão ser espelhadas com o que anda acontecendo em escala global. A biblioteca reunirá trabalhos acadêmicos de 1.643 universidades e centros de pesquisas de 63 países, em diferentes idiomas, focalizando o mesmo fenômeno em níveis diversos. O acesso ao conteúdo será pelo endereço nupps.usp.br/corrupteca. Ao entrar no site, o usuário da biblioteca também poderá ser direcionado ao Acervo Estadão, com acesso irrestrito para assinantes.
Ao conectar o mundo por intermédio de um tema-chave e dar acesso a parte do Acervo Estadão, todo digitalizado, a Corrupteca nasce como um instrumento de trabalho para estudantes, jornalistas, acadêmicos, operadores da Justiça, líderes sociais, representantes políticos, empreendedores. “O Grupo Estado acolheu de imediato a proposta do Nupps, alinhada com os objetivos do nosso acervo, cuja digitalização colocou conteúdos históricos à disposição do País”, resume Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado.
Além da parceria entre universidade e o jornal, o terceiro pilar deste acervo documental é a Open Archives Initiative (OAI), entidade que se dedica a interligar conteúdos digitais do meio acadêmico, subvencionada por instituições americanas como a Andrew W. Mellon Foundation, a Coalition for Networked Information, a Digital Library Federation e a National Science Foundation.
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