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José Eustáquio de Oliveira lança livro "O avesso do avesso"

03/09/2012

 Seriam simples conversas de botequim. Mas acabaram se transformando no fio condutor de uma narrativa que retrata a decadência dramática do que restou  de uma outrora poderosa e aristocrática família baiana de produtores de cacau. O panorama no qual os acontecimentos se desenrolam abrange a história do Brasil entre 1930 e 2009, em um caldeirão que mistura realidade e tramas fictícias, num redemoinho de palavras inflamadas de passionalidade, suspense, desejo, vício e nenhuma virtude. Em grandes linhas esse é tema central do romance “O Avesso do Avesso”, a primeira aventura literária do jornalista e escritor José Eustáquio de Oliveira, Taquinho, que a Editora Vega lança, no dia 18 de setembro, a partir das 18h30min na Livraria Mineiriana, na Rua Paraíba 1419, na Savassi. 

Garantindo que não é nenhum portador de verdades secretas e tampouco de revelações, como desaprova o crítico literário José Castelo ao denunciar uma tendência contemporânea de inscrever os escritores na categoria de sábios que pontificam seus conhecimentos sobre as angústias humanas em artigos, conferências e entrevistas de jornal, José Eustáquio de Oliveira afirma que é apenas um inventor de histórias. Que, a seu juízo, pretendem ser um pouco mais do que reportagens cujo tema central é o desconforto do ser humano com seu estar no mundo.

Mentiras e verdades

Nesse sentindo, segundo o autor, o “Avesso do Avesso” é uma grande mentira. Mentira mesmo. Mentira porque se trata de uma invenção que não quer ser nada mais do que isso: uma narrativa inventada, uma fantasia que não pretende contar a vida, tampouco transformá-la, como quer Mário Vargas Llosa com seus romances magníficos. Fantasias, porém, pondera, não acontecem do nada. São produtos da nossa imaginação que, por sua vez, resultam das nossas vivências concretas ou daquelas obsessões escondidas no inconsciente.

Transformadas em ficção, as fantasias expostas nessa narrativa avessa podem também ser encaradas como mentiras que poderiam ser verdadeiras ou verdades que são mentirosas. Isso porque a matéria prima que a aproxima do real é a mesma: os seres humanos e a sua dura e incomensurável epopeia – muitas vezes inútil – para dar conta da vida e suas surpresas. É para suportar esse imenso e estimulante fardo que os humanos criam, inventam e fazem coisas como os automóveis, os computadores, os arranha-céus, as máquinas de guerra, a política e a arte. “Como não sei fazer nada disso, resolvi escrever histórias”, afirma o escritor.

Não é um trabalho fácil. Por diversos motivos. O principal deles está no fato de que escrever é, antes de tudo, desnudar-se. “O que, convenhamos, no meu caso, é quase um atentado estético”, ironiza. A trama de “O Avesso do Avesso” inicia-se nos bate-papos descompromissados de uma turma de assíduos frequentadores – a maioria no limiar da “melhor idade”- de um bar tradicional da Savassi, a região mais charmosa de Belo Horizonte. Entre eles o aristocrata decadente e doutor em física nuclear, Paulo Roberto  e o jornalista e escritor Martins. Paulo Roberto vive um drama que sensibiliza seus colegas de bar: além de falido, sua mãe – de quem depende financeiramente aos 64 anos de idade e com a qual mantém uma relação de amor e ódio – está internada em coma em uma UTI, depois de um violento AVC.

Sozinho no mundo, Paulo Roberto é acolhido pela turma do bar, mas é no jornalista Martins que ele encontra apoio para abrir o coração, contar sua história de decadência familiar, falar de suas fraquezas. Principalmente de seus conflitos com a mãe: uma mulher de passado exuberante de socialite e artista plástica bem sucedida nas altas rodas da Bahia e do Rio de Janeiro. O livro fala também da luta de Teresa, a mãe de Paulo Roberto, para sobreviver ao coma até que “pelo menos meu filho arranje um jeito de dar um jeito na sua vida”. Esses ingredientes têm, como pano de fundo, a história do Brasil de 1930 até 2009: a política, a música popular, o teatro, as artes plásticas, o cinema brasileiro e até mesmo a construção do que seria a primeira bomba atômica nacional.

Razoavelmente satisfeito com a narrativa que resultou no “Avesso do Avesso”, José Eustáquio de Oliveira confessa certa apreensão com o que o leitor irá pensar do romance. Ele justifica sua postura lembrando um ensinamento do amigo e escritor Bartolomeu Campos Queiroz, recentemente falecido. Ele dizia: - cada leitor lê um texto a partir de sua experiência, ou melhor, de sua falta. É no lugar do que lhe falta que a literatura esboça uma resposta. Promete, mas não dá. “Aprendi com Bartolomeu Queiroz a não acreditar em receitas teóricas de como escrever”, afirma José Eustáquio recorrendo ao mestre, mais uma vez, para fundamentar sua opinião: toda leitura é um encontro (um diálogo) entre duas fantasias. O escritor fantasia para escrever, o leitor fantasia para ler e, nesse encontro de duas fantasias, um livro se faz.  “Espero que o meu “O Avesso do Avesso” seja um agradável e estimulante encontro das minhas fantasias com as fantasias dos leitores que se aventurarem em decifrá-lo”, diz o jornalista.



Lançamento será no dia 18 de setembro, a partir das 18h30, na rua Paraiba, 1419.
Para mais informações, ligue: 3223 - 8092

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