Em parceria com Museu de Arte do Rio (MAR), UERJ realiza seminário sobre antropoemia na arte

Pesquisadores, estudantes e profissionais ligados à área artística reúnem-se, de 20 a 24 de agosto, no IV Seminário de Pesquisadores PPGARTES–UERJ – Vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura. Realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da UERJ, em parceria com o Museu de Arte do Rio (MAR) e a Fundação Roberto Marinho, o encontro vai promover uma série de palestras e debates sobre arte, além de performances, no Centro Cultural da UERJ. O Seminário é a primeira de uma série de iniciativas que serão desenvolvidas pelo MAR em cooperação com universidades públicas do estado. O evento conta ainda com apoio da Coletiva Projetos Culturais, e patrocínio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

O compromisso com a educação é um fundamento ético do MAR. Por meio da Escola do Olhar, o museu tem a missão de inscrever a arte no ensino público. A parceria com as universidades públicas estaduais faz parte do programa educativo da instituição e tem o objetivo de fomentar discussões sobre arte, cultura da imagem, educação e práticas curatoriais entre estudantes, educadores e pesquisadores. Logo na abertura do Seminário, no dia 20, o público poderá assistir a uma palestra do crítico de arte Paulo Herkenhoff, curador do MAR.

SOBRE O SEMINÁRIO

Com a participação de profissionais e pesquisadores reconhecidos nacional e internacionalmente, bem como com a colaboração do corpo de professores do PPGARTES-UERJ e de jovens pesquisadores vinculados a programas de pós-graduação em artes e áreas congêneres (que integram o seminário em sua organização, na mediação de seus debates e em suas sessões de comunicações), o evento representa uma fundamental oportunidade de debate público, construção e compartilhamento de conhecimento. Por meio de palestras, debates, comunicações e apresentações artísticas, pretende ser um espaço de interlocução horizontal e crítica, cujos registros textuais e em vídeo integrarão o blog do evento e serão editados em dois livros.

O seminário aborda as relações entre antropofagia e antropoemia no pensamento e na produção de arte e cultura, questão cara ao debate atual nesses campos. Em seu livro Tristes trópicos (1955), Claude Lévi-Strauss chamava atenção para duas formas de lidar com o outro, existindo, desse modo, dois tipos de sociedade, a antropofágica (“que vêem na absorção de certos indivíduos detentores de formas temíveis, o único meio de neutralizá-Ias e mesmo de aproveitá-Ias”) e a antropoêmica (do grego emein, vomitar), que “postas diante do mesmo problema, escolheram a solução inversa, [expulsando] esses seres temíveis para fora do corpo social, mantendo-os temporária ou definitivamente isolados”. Havendo sido a antropofagia significativamente conceituada, a antropoemia restou, por sua vez, quase intocada enquanto concepção social e cultural. Discute-se, a partir da temática proposta, as implicações políticas, subjetivas, estéticas, econômicas e culturais das formas antropofágicas e antropoêmicas da alteridade, hoje, num convite à invenção de pensamento.

PUBLICAÇÕES

Em parceria com a Azougue Editorial, serão lançados dois livros a partir do Seminário Vômito e não: práticas antropoêmicas na arte e na cultura. Na semana do evento ocorrerá o lançamento do Caderno de comunicações, reunindo os textos dos pesquisadores inscritos nas quatro sessões de comunicações do seminário: “por quanto você se vende?” – questões sobre mercado, capitalismo e arte; “participar é preciso?” – questões sobre a ideia de participação na arte e seus desdobramentos; “para onde vocês vão, coletivos?” – questões sobre a prática coletiva em arte; e, por fim, “comer e vomitar” – relações entre práticas antropofágicas e antropoêmicas na arte e na cultura.

Posteriormente ao evento, em dezembro de 2012, será lançado o segundo livro do seminário, que reunirá os textos dos convidados para as mesas de debates, bem como conteúdos complementares ao debate proposto.