O professor Eugenio Mussak fez a abertura da programação do 11º Mix Aberje de Comunicação Interna e Integrada na manhã deste dia 13 de maio de 2011. Falando sobre a importância dos valores no mundo contemporâneo, em sua palestra “Gestão humanista de pessoas: o fator humano como diferencial competitivo”, ele apontou um forte questionamento nos provedores tradicionais – escola, igreja, estado e família. Neste sentido, aponta a emergência das corporações como uma possibilidade de apontamento de caminhos e valorização de comportamentos na sociedade.
O evento, que acontece no auditório do Novotel Jaraguá SP Conventions em São Paulo/SP, é integrado por quatro painéis temáticos. A discussão com a plateia, integrada por mais de 200 profissionais de vários estados brasileiros, foi mediada por Elisa Prado, diretora de Comunicação da Tetra Pak e membro do Conselho Deliberativo da Aberje.
Elisa Prado e Eugenio Mussak no primeiro painel do evento
Com a ideia de que falta às organizações recuperar o lado humano na sua gestão, Mussak alerta que não é possível controlar pessoas. Se isto for conseguido, estará no nível físico, mas não do pensamento. Então, a ideia de gestão como planejamento, organização e controle precisa ser repensada. Esta situação é bem distinta do tempo da Revolução Industrial, quando pensadores e pesquisadores como Taylor e Ford assumiam a intenção de produzir mais e melhor, colocando as pessoas como peças de uma engrenagem maior que seria a fábrica. Levis e Mayo vieram na sequência com uma percepção mais humanista, com foco no papel de líderes em processos de mudança. Uma experiência célebre nesta etapa fazia interferências físicas no ambiente de trabalho para testar a reação dos funcionários, quando foi detectada a imediata compensação psicológica da equipe para vencer as adversidades. Já surgiam os princípios da comunicação clara e da verdade soberana, com a consciência de que emoções e pensamentos estarão sempre presentes. “Líderes não são quem dá ordens, mas aqueles que inspiram, que dão causas às pessoas”, complementa.
O palestrante falou ainda sobre motivação, sobre o que leva uma pessoa a comprometer-se com alguma coisa. Neste sentido, elencou duas divisões de pensamento: a necessidade (ligada a instinto de evitar sofrimento) e o desejo (ligado a instinto de obter prazer). O sistema é amparado em valores, que devem ser aprendidos nos primeiros anos da pessoa, mas podem ser plenamente desenvolvidos durante a vida, já que “valor é aprendido, é cultural. Se for um valor comunicado, pode ser assumido”, pontua ele. Aliás, Mussak entende que a resposta para a questão sobre “por que trabalhar numa determinada empresa” está baseada em dois pontos: uma organização vencedora e que tenha valores. Também interferem o clima organizacional e a clareza da comunicação.
Na finalização de sua fala, citando Nietzche, ainda apontou que em grande parte das empresas os maiores inimigos estão dentro delas, e não na concorrência. Questões como arrogância, indolência e medo precisam ser vencidos. Sempre lembrando que bons climas de trabalho não significam ausência de conflitos ou de divergência de opiniões. A seriedade e a confiabilidade são pontos importantes neste caminho. Todos os inscritos no 11º Mix receberam um exemplar do livro “Gestão Humanista de pessoas”, de Eugenio Mussak, lançado pela Campus-Elsevier em 2010. Na obra, ele refere que as pessoas não são controláveis, mas são lideráveis. O trabalho permite entender a diferença de visão do tema Gestão de Pessoas nos diversos estratos das companhias, incluindo quem exerce a gestão, quem é gerido e quem aconselha e ensina.
A partir das 11h, é a vez do painel “Como fazer a disseminação da cultura organizacional com o uso das redes sociais online”, com três convidados especiais: a diretora de Comunicação Social da BASF para a América do Sul Gislaine Rossetti e Maria Villa, da equipe de Comunicação da empres; a Diretora da Relações Públicas para Dell na América Latina, Gretel Perera; e o Superintendente executivo de estratégia de comunicação do Santander, Fábio Pando. Eles serão mediados pela professora e consultora Pollyana Ferrari.
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