Executivos brasileiros mostram-se pessimistas sobre os fatores que afetam o desempenho dos seus negócios em 2015. Porém, estão confiantes em uma leve recuperação já no próximo ano e se que intensificará só em 2017. Em relação a 2015 há um descompasso entre a seriedade de como a crise é percebida e a perspectiva de desempenho da empresa, o que pode sugerir um risco de que muitos executivos não entregarão o resultado esperado este ano.
Este é um dos resultados de pesquisa feita com 301 líderes empresariais do país e divulgada no Fórum Leader Thinking, realizado em São Paulo. A pesquisa foi feita com empresas de 27 segmentos diferentes, incluindo indústria, comércio e serviços. “Destas, 41% têm faturamento anual superior a R$ 1 bilhão, o que demonstra sua representatividade no mercado”, explica Otávio Freire, membro do Leader Thinking, diretor da Ilumeo e professor de marketing da USP.
Para 46% dos líderes consultados, o emprego vai cair neste ano. E a redução do crédito impactará significativamente o poder de compra e a confiança dos consumidores. “63% dos entrevistados avaliam que as ações do governo impactam diretamente o desempenho do mercado”.
“Nesse cenário, os líderes têm de tomar decisões em um ambiente difícil e, para muitos, desconhecido. Não há marque para erros. O momento atual envolve uma série de fatores negativos, que exigem dos empresários estratégias vencedoras. Porém, ele não tem todas as informações para isso”, explica Paulo Cesar Rovai, sócio-diretor da TrendQuest, presidente do Comitê de Marketing e curador de comitês da ExGV – Associação dos Ex-Alunos da Fundação Getúlio Vargas e um dos organizadores do Fórum Leader Thinking.
André Freire, presidente Odgers Berndtson. consultoria de Executive Search e Gestão de Capital Humano, entende que os líderes devem ficar alertas com a crise porém focar nas oportunidades que ela gera. Por outro lado, recomenda o investimento nas pessoas da organização para superar os momentos de instabilidade. “São elas que vão liderar a mudança”, disse.
Claudio Oporto, presidente da Dragonfly Consulting, consultoria de Gestão Estratégica e Organização, lembrou que não dá para buscar crescimento sustentável somente nos períodos de bonança. Para eles, os resultados esperados têm de ser adequados ao novo o momento. “Ter as pessoas certas nos lugares certos faz muita diferença”.
Marcelo Coutinho, professor de Estratégia e Comunicação na Fundação Getúlio Vargas, entende que “o que virá após a crise é o que interessa”. “Os líderes precisam de novas respostas para velhos problemas, pois o nosso mundo será diferente”, destacou no Fórum Leader Thinking.
“Em um panorama econômico desfavorável como o enfrentado pelo País é que os líderes bem preparados fazem a diferença nas empresas e transformam cenários adversos em oportunidades”, comenta Silvio Celestino, Sócio-fundador da Alliance Coaching, que também abordou a questão dos comportamentos que se esperam de um profissional de liderança para lidar com a crise. “Com transformações constantes no mundo dos negócios, é necessário se precaver e ser mais bem-sucedido”.
Outro destaque foi Valéria Brandini, Cientista Social e Comunicóloga com expertise em Antropologia do Consumo Aplicada que comentou sobre a juventude atual. “Essa geração precisa passar por essa crise e irá permanecer no mercado aquele que se adaptar, além disso, percebemos a falta de comprometimento no trabalho, isso pode ser visto na contratação, que o jovem com formação em uma universidade sem renome é muito mais empenhado do que aquele que se formou numa faculdade conhecida”.
Ana Nubié pioneira da indústria de marketing digital no Brasil, onde atua há 22 anos abordou a importância da tecnologia nos dias de hoje, alertando que o conhecimento não está apenas em fontes tradicionais. “Precisamos nos adaptar as novas tecnologias, não há espaço para dizer que falta tempo ou que não consegue se adequar a nova geração, é preciso correr atrás, estudar e sempre estar atualizado. Além disso, buscar informações em outras fontes, como blog, twitter, youtube, entre outros, com certeza ajuda a ter um melhor conhecimento”, conclui.
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