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APAE adota metodologia do emprego apoiado para inclusão de PcD's intelectuais em SP

28/04/2015

Muita gente confunde deficiência intelectual e doença mental, mas é importante esclarecer que são duas coisas bem diferentes. Na Deficiência Intelectual, a pessoa apresenta um atraso no seu desenvolvimento, dificuldades para aprender e realizar tarefas do dia a dia e interagir com o meio em que vive. Ou seja, existe um comprometimento cognitivo, que acontece antes dos 18 anos, e que prejudica suas habilidades adaptativas. Já a doença mental engloba uma série de condições que causam alteração de humor e comportamento e podem afetar o desempenho da pessoa na sociedade. Essas alterações acontecem na mente da pessoa e causam uma alteração na sua percepção da realidade. Em resumo, é uma doença psiquiátrica, que deve ser tratada por um psiquiatra, com uso de medicamentos específicos para cada situação.

O artigo 19 da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência assegura “vida independente e inclusão na sociedade” para todos e a inserção de pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho foi o alvo da 3ª Jornada Aberje de Gestão da Informação, realizada no dia 23 de abril de 2015 no Espaço Sumaré na capital paulista. Valquiria Barbosa, Gerente de Serviço Sócio Assistencial na APAE de São Paulo, foi a convidada especial.

 

 

Fundada em 1961, a APAE de São Paulo é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, que promove a prevenção e a inclusão da pessoa com Deficiência Intelectual produzindo e difundindo conhecimento. Atua em todas as fases da vida, da infância ao processo de envelhecimento. Apoia e promove pesquisas, produz e difunde conhecimento científico, trabalha pela defesa e garantia de direitos, estimulando o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam e escolaridade e a vida produtiva laboral, além de oferecer atendimento jurídico aos atendidos e familiares acerca dos direitos e deveres da pessoa com deficiência.

Há uma equipe de profissionais altamente qualificados, equipamentos de última geração e conhecimento especializado, o que a torna referência no assunto. Entre 2013 e 2014, já atenderam mais de 2.870 pessoas. Sua receita vem de organização de eventos no tema, doações, verba pública mediante convênios, atendimentos em geral, consultoria para empresas e atendimento laboratorial – como o Teste do Pezinho O trabalho é desenvolvido numa perspectiva de ética nas relações e no exercício das atividades, respeito à diversidade humana, promoção do exercício da cidadania, busca constante da excelência nos serviços, produtos e resultados e comprometimento com a causa.​​ A entidade participa de um movimento de mais de 2 mil unidades no Brasil, liderado pela Federação Nacional das APAEs. No Brasil, há registro pelo IBGE, com dados de 2010, de uma população de 45 milhões de Pessoas com Deficiência (PcD), sendo 2,6 milhões delas especificamente PcD’s intelectuais. No Estado de São Paulo, os números são 9 milhões e 500 mil, respectivamente.

A Deficiência Intelectual, segundo a Associação Americana sobre Deficiência Intelectual do Desenvolvimento AAIDD, caracteriza-se por um funcionamento intelectual inferior à média (QI), associado a limitações adaptativas em pelo menos duas áreas de habilidades (comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho), que ocorrem antes dos 18 anos de idade. No dia a dia, isso significa que a pessoa com Deficiência Intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas. Muitas vezes, essa pessoa se comporta como se tivesse menos idade do que realmente tem. É resultado, quase sempre, de uma alteração no desempenho cerebral, provocada por fatores genéticos, distúrbios na gestação, problemas no parto ou na vida após o nascimento. Um dos maiores desafios enfrentados pelos pesquisadores da área é que em grande parte dos casos estudados essa alteração não tem uma causa conhecida ou identificada. Muitas vezes não se chega a estabelecer claramente a origem da deficiência. “Respeitando suas limitações, as pessoas com Deficiência Intelectual podem levar uma vida plena e funcional. Para elas, o trabalho é mais que uma ferramenta de inclusão social:  é uma realização pessoal”, pontua Valquíria.

O trabalho, baseado em uma metodologia internacional de emprego apoiado, já incluiu 300 PcD’s intelectuais no estado. Há três fases: análise do perfil vocacional do candidato, desenvolvimento do emprego e acompanhamento pós-colocação. Valquíria explica que o perfil vocacional dá a compreensão sobre vontades e potencialidades do PcD dentro de um universo específico de trabalho. Nem sempre essa demanda pode ser atendida diretamente, mas por vezes é possível inseri-lo no ambiente pretendido em serviços complementares.

 

 

A APAE-SP consolidou-se como Entidade Formadora para a Aprendizagem Profissional. Em 2014, 450 pessoas com Deficiência Intelectual foram capacitadas. Há uma parceria com SENAI e SENAC para qualificação profissional e ainda uma parceria para Programa de Aprendizagem com o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. E sua atuação abrange pessoas e famílias, empresas e instrutores (mediadores), com quatro grandes frentes: 1) colocação no mercado competitivo de trabalho em ambientes inclusivos; 2) atendimento prioritário para pessoas com incapacidade mais significativa; 3) disponibilização de apoios contínuos que garantem acesso, retenção e desenvolvimento no trabalho; e 4) atendimento individualizado, respeitando as escolhas e promovendo a participação. E tudo escalonado segundo características do apoio, como fontes (própria pessoa, outras pessoas, serviços, tecnologia), intensidade (Intermitente, Limitado, Extensivo e Pervasivo) e tipos (natural, tecnológico e modificação do ambiente). E a palestrante completa: “a pessoa é o centro do processo, a atividade é um meio. Nossa preocupação é com o conteúdo do processo, em seus hábitos, atitudes e comportamentos para a vida de trabalho”.

Já são 27 parceiros que desenvolvem e absorvem os PcD’s intelectuais no estado de SP, como McDonald’s, GM, Grupo Pão de Açúcar, Lojas Renner, Prosegur e o curso de idiomas EnglishTown. Essa inclusão envolve uma orientação aos futuros colegas, com momentos de sensibilização relevantes para a cultura do respeito. As lideranças são figuras fundamentais nesta harmonização. Há uma taxa de retenção de 95% dos PcD’s incluídos, demonstrando o êxito do processo. A plateia trocou muitas experiências durante o evento, além dos relatos de caso da Colgate-Palmolive, Natura e Pizza Hut trazidos pela palestrante. Na Ericsson, as sensibilizações acontecem com peças de teatro. A C&A tem 900 empregados PcD, sendo 170 PcD’s intelectuais. Ela ainda conta que há seis pessoas na condição de universitários nas instituições UNIP e Anhembi Morumbi, nos cursos de Moda e de Gastronomia.

Para saber sobre as próximas edições do projeto Jornadas Aberje, consulte pelo telefone 11-3662-3990 ramal 826 ou no e-mail mariana.fonseca@aberje.com.br com Mariana Fonseca.

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