A junção da comunicação formal com a comunicação informal é que leva a uma comunicação transparente. Enxergar as redes informais de relacionamento interno como ameaça faz perder uma enorme vantagem competitiva. Foi esse o argumento inicial da palestra sobre Análise de Redes Organizacionais/ONA que o antropólogo argentino Ignacio Garcia, presidente da Tree Intelligence, fez no 15º Mix Aberje de Comunicação Interna e Integrada. O evento foi realizado nos dias 26 e 27 de março de 2015 no Espaço Aberje Sumaré em São Paulo/SP, com uma programação de cinco palestras e sete relatos de casos vencedores do Prêmio Aberje 2014.
Quando não se desvenda o que acontece nos espaços informais, a tendência é desenvolver medo e vê-los como perigo. Surge então ONA, disciplina que mostra visualmente, de maneira qualitativa e quantitativa, os fluxos de relações dentro e fora das organizações. Este processo de gestão consegue dar vivacidade à comunicação integrada, como soma de redes de influência formais e informais entre pessoas e grupos. Aplica-se a design organizacional, identificação e gestão de talentos, avaliação de desempenho, diagnósticos de clima, diagnósticos de canais, mapa de stakeholders e adoção de redes sociais corporativas, e até em processos de fusão e aquisição. “A melhor tecnologia que temos à mão são as redes humanas. Fluxos de comunicação baseados em hierarquias de organogramas não atendem à porosidade da organização”, destacou Ignacio.
O modelo de mapeamento de redes informais de trabalho é baseado em três dimensões relacionais estratégicas: cooperação (composta por redes de comunicação, conhecimento e projetos), energia (dimensão psicológica da motivação e emoções positivas) e inovação (sucessão de redes de co-criação). Para Garcia, que publicou um dos artigos de maior popularidade na Harvard Business Review sob o título “Uma visão antropológica das redes sociais”, “não há inovação sem um cooperação energizada”. Ele mostrou em tempo real na internet o funcionamento da plataforma, sendo que KPI’s devem ser estabelecidos em níveis macro (rede), médio (grupos) e micro (indivíduo), mais facilmente administráveis pela visualização gráfica das interconexões internas. É a identificação do capital social das pessoas e da própria organização que emerge de maneira clara.
HISTÓRIAS – “O mantra é fazer bem o bem: bem-vindo a um lugar onde isso é possível”. Assim falou um dos primeiros vídeos projetados por Adriana Deben, Diretora de Comunicação da Mastercard, que também foi palestrante no evento. A MasterCard tem mais de 650 funcionários espalhados por 12 escritórios na região da América Latina e Caribe. Ela entende essa equipe como os maiores embaixadores para ajudar a empresa a alcançar a visão da empresa, e por isso o entendimento é de uma comunicação interna que informe sobre prioridades e estratégias, engaje funcionários e transmita valores. “Para fazer isso, metade é arte e outra metade é ciência”, afirmou. Por arte, ela entende a personalização e a humanização, o compartilhamento de histórias e a ênfase visual. Por ciência, está o posicionamento como uma companhia de tecnologia com relacionamento multicanal, notícias em tempo real e uso de linguagem clara.
Um dos centros criativos da empresa é o Mastercard Labs, criado há quatro anos. A proposta é fazer valer a reputação baseada na verdade e fornecer processos e tecnologias que nunca falham. É um espaço para inovação com segurança, com um olhar à frente em três a cinco anos. O MasterCard Labs realiza algumas ações pontuais para resolver problemas de clientes, como a solução desenvolvida para a empresa de lavadoras de roupa Mytag, transformada em realidade em apenas cinco dias: o sistema mostra quais são as máquinas de lavar que estão disponíveis, permite que o usuário pague com seu aparelho móvel sem ter que se preocupar em ter as moedas ou notas certas, e até mesmo receba notificações avisando que a roupa está lavada, assim ele não precisa ficar parado esperando na frente do equipamento (na verdade, ele pode até mesmo acompanhar o processo de lavagem através de uma webcam).
Entre os projetos discutidos com os profissionais presentes na Aberje, esteve a parceria com a organização Best Buddies e a inserção de pessoas portadoras de deficiência. Além da colocação no trabalho em si, os funcionários agora têm abraçado a instituição e feito esforços pela angariação de fundos, envolvendo amigos e familiares em eventos locais e lhes dando formação sobre temas importantes, como o melhor uso de finanças pessoais. Há um projeto de empreendedorismo para crianças, com 70 funcionários e familiares servindo como mentores. Adriana ressalta que tudo está embasado na estratégia de filantropia global, buscando reverberação de mensagens colaborativas e positivas e incentivando a doação efetiva, espontânea e de coração aberto.
Andrea Denadai, Diretora de Comunicação para América Latina e Caribe da Mastercard, falou sobre a famosa campanha “Não tem preço”, que chegou aos funcionários para coletar histórias únicas e especiais de momentos importantes em suas vidas ainda em 1997. Além de inspirar um uso em comercial de televisão, os materiais têm ilustrado murais nas unidades da empresa, inclusive com sessões de contação de histórias ao vivo para colegas e convidados. Tudo começou por um workshop externo ao ambiente de trabalho onde todos refletiram sobre “o que não tem preço”, gerando um painel fotográfico. Chamou a atenção também os oito Clubes de Negócios mantidos pela Mastercard com quatro mil funcionários integrantes para ajudar a empresa a ser mais assertiva. Foi de um destes clubes que veio a ideia implantada em Cingapura de fazer um jantar no escuro e, com ele, gerar um movimento interno para trazer operacionalidades adequadas a pessoas com limitação visual, inclusive no campo dos meios de pagamento.
A iniciativa teve patrocínio da P3K Comunicação, com apoio do jornal Valor Econômico e da Seepix. Outras matérias serão publicadas no portal Aberje com os principais insights dos convidados. Veja o calendário de eventos da Aberje para as próximas semanas.
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